terça-feira, 20 de setembro de 2016

Mais um Dia


Terminei há pouco o trabalho! 
Dez horas durinhas com o início chuvoso, obrigando a fato impermeável para resguardar uma chuva miudinha e irritante.
Num sobe e desce contínuo, lá conseguimos preparar o que nos foi pedido e por volta do meio-dia, a chuva resolveu parar, depois de quatro dias cair sem cessar.
Pela tarde, mais do mesmo e por fim, finalmente, regressei a casa cansado mas satisfeito pelo dever cumprido.
Jantei duas febras grelhadas e um arroz de netinhos com uma cerveja austríaca (vou-me habituando ao sabor) e duas maças cá da casa, do quintal da Dª Maria.
Agarrei no café e vim cá para fora enquanto o tempo não esfria e ainda me dá o prazer de admirar o cair da noite.
Sentado numa cadeira plástica tipo esplanada, observava o que se passava à minha volta.
Em frente fica uma capelinha onde a Dª Maria todos os dias, mal o dia nasça, vai pedir o que bem entende e de lá não arreda pé, sem que antes deixar a pagina do livro das orações, no dia correspondente ao calendário.
Confesso que antes de sair para o trabalho, vou lá numa fugida e lance a minha oração para o dia me correr de feição.
Ao lado existe uma vacaria de um vizinho que ainda nem a cara lhe vi. Só ouço os mugidos dos animais engordando, para servirem o prato de quem se mata a trabalhar horas a fio.
Há direita, ficam os terrenos da Dª Maria, onde sorrateiramente colho as maças que servem de lanche e sobremesa regularmente.
Mais ao fundo é o alvoroço de mil e oitocentos perus, que engordam pela vasta área de terrenos verdes e sem pesticidas.
Vivo no meio dos animais e aves. Onde a Natureza deixou um marco lindíssimo. Não faltando os charcos vastos que de certeza me irão acordar, com o barulho dos batráquios não tarda muito.


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