Terminei há pouco o trabalho!
Dez horas durinhas com o início chuvoso,
obrigando a fato impermeável para resguardar uma chuva miudinha e irritante.
Num sobe e desce contínuo, lá conseguimos
preparar o que nos foi pedido e por volta do meio-dia, a chuva resolveu parar,
depois de quatro dias cair sem cessar.
Pela tarde, mais do mesmo e por fim,
finalmente, regressei a casa cansado mas satisfeito pelo dever cumprido.
Jantei duas febras grelhadas e um arroz de
netinhos com uma cerveja austríaca (vou-me habituando ao sabor) e duas maças cá
da casa, do quintal da Dª Maria.
Agarrei no café e vim cá para fora enquanto o
tempo não esfria e ainda me dá o prazer de admirar o cair da noite.
Sentado numa cadeira plástica tipo esplanada,
observava o que se passava à minha volta.
Em frente fica uma capelinha onde a Dª Maria
todos os dias, mal o dia nasça, vai pedir o que bem entende e de lá não arreda
pé, sem que antes deixar a pagina do livro das orações, no dia correspondente
ao calendário.
Confesso que antes de sair para o trabalho,
vou lá numa fugida e lance a minha oração para o dia me correr de feição.
Ao lado existe uma vacaria de um vizinho que
ainda nem a cara lhe vi. Só ouço os mugidos dos animais engordando, para
servirem o prato de quem se mata a trabalhar horas a fio.
Há direita, ficam os terrenos da Dª Maria,
onde sorrateiramente colho as maças que servem de lanche e sobremesa
regularmente.
Mais ao fundo é o alvoroço de mil e
oitocentos perus, que engordam pela vasta área de terrenos verdes e sem
pesticidas.
Vivo no meio dos animais e aves. Onde a
Natureza deixou um marco lindíssimo. Não faltando os charcos vastos que de
certeza me irão acordar, com o barulho dos batráquios não tarda muito.
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