quarta-feira, 14 de setembro de 2016

A miúda simulou encontrar a Nota.




Entrei no terminal um do aeroporto de Munique, para ir buscar um colega que nos vai fazer companhia nesta etapa por terras de Mozart.
Era meia-noite, de uma noite bela, a fazer prevalecer o Verão e fiquei um pouco surpreendido, com o silêncio que pairava naquele enorme aeroporto. Onde poucos passageiros regressavam e partiam.
Enquanto não descobria por onde andava o Azevedo. Confuso onde estava, visto ser a primeira vez que se via nestas andanças fora da terrinha e só em Espanha exercia a sua arte. Contemplei este espaço enorme com meia dúzia de pessoas esperando a boleia já destinada e outros mais, dormitando nas cadeiras porque os voos, só pelo regresso do dia é que se anunciavam.
E o tempo passava e do Azevedo nada!
Por entre chamadas frenéticas, sabíamos, que o Azevedo estava por lá. Mas encontra-lo era o cabo dos trabalhos.
Indicações do pobre homem não nos levavam a ter com ele e o tempo passava e o nervosismo começava a tomar conta de nós.
Por fim a palavra magica!
Terminal dois!
O Azevedo estava no terminal dois. Ou melhor, já encostado à via rápida e se não fosse eu numa olhada descobrir o homem no meio de duas malas, lá dávamos mais uma volta ao aeroporto e do Azevedo nada.
Azevedo na carrinha, lá partimos para casa numa distância de cento e trinta quilómetros, já ia alta a madrugada.
Nessa distância onde animais atravessavam a estrada, ladeada por milho bem alto. Pronto para ser ceifado para as forragens, antes que as chuvas regressem anunciando o fim do verão e o princípio do frio que desfalece. Pensava como era possível estar bastantes minutos no mesmo local e não ver que lá estava uma nota de dez euros e quando três jovens de tangas escuras por lá passaram bem junto a mim, a miúda gritou em alemão e levantou a nota bem no alto. Olhando fixamente para mim.
Não podia ser possível!
 A miúda simulou encontrar a nota.
Estive lá pelo menos quinze minutos.
 O local era iluminado. Impossível, eu, não ver o dinheiro.
Nem era pelo dinheiro, nem o Azevedo me fazia perder a noção de onde estava.
Há cada uma!

Sem comentários: