Entrei no terminal um do aeroporto de Munique,
para ir buscar um colega que nos vai fazer companhia nesta etapa por terras de
Mozart.
Era meia-noite, de uma noite bela, a fazer prevalecer
o Verão e fiquei um pouco surpreendido, com o silêncio que pairava naquele
enorme aeroporto. Onde poucos passageiros regressavam e partiam.
Enquanto não descobria por onde andava o
Azevedo. Confuso onde estava, visto ser a primeira vez que se via nestas
andanças fora da terrinha e só em Espanha exercia a sua arte. Contemplei este
espaço enorme com meia dúzia de pessoas esperando a boleia já destinada e
outros mais, dormitando nas cadeiras porque os voos, só pelo regresso do dia é
que se anunciavam.
E o tempo passava e do Azevedo nada!
Por entre chamadas frenéticas, sabíamos, que
o Azevedo estava por lá. Mas encontra-lo era o cabo dos trabalhos.
Indicações do pobre homem não nos levavam a
ter com ele e o tempo passava e o nervosismo começava a tomar conta de nós.
Por fim a palavra magica!
Terminal dois!
O Azevedo estava no terminal dois. Ou melhor,
já encostado à via rápida e se não fosse eu numa olhada descobrir o homem no
meio de duas malas, lá dávamos mais uma volta ao aeroporto e do Azevedo nada.
Azevedo na carrinha, lá partimos para casa
numa distância de cento e trinta quilómetros, já ia alta a madrugada.
Nessa distância onde animais atravessavam a
estrada, ladeada por milho bem alto. Pronto para ser ceifado para as forragens,
antes que as chuvas regressem anunciando o fim do verão e o princípio do frio
que desfalece. Pensava como era possível estar bastantes minutos no mesmo local
e não ver que lá estava uma nota de dez euros e quando três jovens de tangas
escuras por lá passaram bem junto a mim, a miúda gritou em alemão e levantou a
nota bem no alto. Olhando fixamente para mim.
Não podia ser possível!
A miúda
simulou encontrar a nota.
Estive lá pelo menos quinze minutos.
O local
era iluminado. Impossível, eu, não ver o dinheiro.
Nem era pelo dinheiro, nem o Azevedo me fazia
perder a noção de onde estava.
Há cada uma!
Sem comentários:
Enviar um comentário