Levanto-me cedo, para tentar uma vaga na médica
de família, que já nem se deve lembrar que eu existo.
Necessito de fazer exames a este corpo, onde o
sinto já, a saturar de vícios prejudiciais à saúde.
Não consegui!
Mas daqui a dois dias, terá que me aturar
porque, consegui uma consulta caída do céu.
Aproveito e entro no banco com cara de poucos
amigos, o que surpreende o gerente já habituado às coscuvilhices que lhe
confesso, quando por longe permaneço.
Ando farto de ser contemplado com comissões disto
e daquilo. E já vou de trombas para lhes desancar em cima.
Depois deste frenesim que me tirou do marasmo
dos últimos dias. Estendo-me ao comprido na esplanada da Benvinda.
Os óculos protejam-me do sol e resguardam
qualquer olhar, de alguém que passe, me oscile da já saturada preguiça.
Conto as varandas dos prédios circundantes.
Descubro as matrículas ainda ao longe, para
tentar conhecer quem ao volante conduz, valente máquina.
Ao meu lado, outra mesa se enche de amigos.
Já com semblante cansado de anos a labutar
nas fábricas, que enchiam a cidade de correrias desenfreadas, para que os
enormes portões, não se fechassem à hora do berro corneteiro. E lá se iam os
miseres tostões, de ordenados de miséria.
E o tempo passa, com o vai e vem das velhotas
reformadas a ir comprar o pão para que os filhos e netos encham a barriga
diariamente.
Descendentes que nem se lembram que, as
reformas dos velhos, nem chegam para nas farmácias aliviar o sofrimento.
É delicioso saborear este sol que anuncia
para breve a entrada da primavera.
Mais ainda, quando se descansa. Apesar do
descanso, já se fazer sentir saturante. Depois de longos dias a repetir que ele
chegasse e levasse o frio que estalava até os pensamentos.
Aproxima-se a hora do almoço com a velha, a
esbarrar constantemente nos encostos da mesa, já que tem um rabo volumoso. Para
que a refeição saia ao seu gosto e encha a barriga deste preguiçoso.
E lá vou para pôr a mesa e depois arrumar a
cozinha, para fazer valer a guarida oferecida.
Sem comentários:
Enviar um comentário