As manhãs estão tão frescas, quando me
levanto com os primeiros chilreios da passarada do quintal.
Já conheço esses zumbidos que buscam as
migalhas no terraço meu, e da vizinhança, depois de uma tarde a devorar sandes
e bolachas, terminado a limpeza do jardim, que deixou suores quentes pelo
corpo, deixando o rosto vermelho e uma sede que não acalmava.
Aliviam a sonolência de uma noite farta de
cambalhotas, pelo longo espaço do leito, que me acolhe.
São horas longas e repletas de pensamentos.
Ouço o relógio na sala como uma mensagem do
tempo que passa.
Duas badaladas e o silêncio é de ouro.
Três, e o sono não surge. Apesar do esforço
em conseguir a melhor posição na esteira que me acolhe.
Sete badaladas e já descortino a fachada do
quarto blindado.
Oito, já estou pronto para inspirar o ar
fresco da manhã. Percorrendo a rua ainda nem os cães, se preocupam com o transeunte
madrugador.
E a Freguesia dá os primeiros passos, para
mais um dia de trabalho e para ajudar a passar o tempo, para quem espera o
momento, de voar para madrugar ainda mais, na procura do sustento.
Convido gente que não quer compromissos assim
tão de repente.
Deixam-me com cara de pedinte e quando menos
espero, convidam-me como se o mundo evaporasse no dia seguinte.
É a adrenalina por momentos depois, de muitas
horas dormente!
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