domingo, 19 de março de 2017

De fronteira em Fronteira




Cheguei depois de imensas horas a percorrer seis países.
 Caia a noite e a chuva recebeu-nos no sopé da montanha. Onde ficamos instalados com as montanhas ao redor, ainda coloridas de branco.
Estou no paraíso e só falta conhecer o que por cá, os austríacos esperam de nós.
Vontade e ganas de vencer não nos falta. E estou em crer, que vamos conseguir, deixar a marca do nosso profissionalismo.
Hoje domingo, fui conhecer a cidade em redor.
Estou com um pé na Alemanha onde vivo. E com o outro onde vou trabalhar, na Áustria. Por isso passar a fronteira é obrigatório!
E como não podia deixar de ser, cometi logo o primeiro descuido!
Fui parado na fronteira todo risonho a olhar para os polícias (as), belas e jovens, mas quando me pediram a identificação, fiquei vermelho como um pimento.
Esqueci-me na mochila já arrumada em casa e o desespero era tão evidente. Como evidente era, a minha argumentação em explicar o que acontecera.
Depois de meia dúzia de explicações, deixaram-me passar (policia simpática e compreensiva). E continuei a conhecer a cidade esquecendo o desconforto totalmente.
Na volta, como de alimentos, nada trouxemos. E tudo por aqui está fechado. Armazenámos o que os agricultores que por cá têm à venda, em barraquinhas de madeira escancaradas.
 É só necessário introduzir o dinheiro em caixas de metal e seguimos a nossa vida.
Comprei ovos e batatas caseiras. Massa e licor.
E juntamente com os enlatados que ainda restam, vou fazer um pitéu de bradar aos céus.
Tenho paté e atum. Sardinhas e pão fresco (o que consegui comprar a um preço de desesperar).
Com este arsenal, é só deitar cedo e logo pela manhã cinco e meia levantar, para mostrar do que sou capaz.

Sem comentários: