Agasalho a revolta de querer ser feliz,
enquanto não volto.
Pelo meio, a chuva refresca um pouco as
minhas emoções e envolvo-me no silêncio da humidade, que chega ao coração.
Já partilhei o dilúvio da entrega sem
escapes.
Já senti a traição, como forma de vingança
anunciada.
Já mandei para as urtigas, inimigos de canos
cerrados.
E por aqui estou a
sorrir para os idosos. Que tentam dar conselhos, como se a sua já longa vida
amordaçada, fosse sinal de Deus sempre louvado.
No fim da tarde vou
galgar a estrada.
Não usarei a
velocidade como escapatória.
Vou ao encontro de
quem foge, agarrando-a pelas golas. Gritando-lhe que podemos chegar à glória.
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