quarta-feira, 11 de março de 2009

Angola o Filão Para Alguns


Angola! Angola!
Esse enorme país que Salazar tudo fez para o não perder!
Descarregou aos molhos nas matas, os nossos soldados. Que eram nossos tios, os nossos pais, os nossos irmãos. Para defenderem um país que a todo custo queria ser independente, mas Salazar insistia na sua teimosia já caduca em não abrir mão de Angola, porque Angola era o filão do futuro, era a salvação da nossa economia de então, porque daquele país brotava riquezas sem fim.
Riquezas, que muitos raivosamente rondavam, mas Salazar achava que Portugal era o único por direito a assumir essas riquezas, já que Angola era nossa.
Fazia parte de Portugal e seria Portugal a tornar Angola a bandeira içada bem lá no alto do continente africano como a imagem do poderio português e como tal, tudo que nascia em Angola era português. Hoje amanha e para todo o sempre.
Mas Angola cansou-se de ser um país colonizado! Lutou para ser independente e depois de uma guerra que deixou marcas em ambos os lados, ainda hoje passados mais de trinta anos se recordam histórias de mortes que foram inúteis já que o objectivo (continuar com Angola na rota do domínio português), era à partida impossível, só possível na mente de um homem já ultrapassado pelo avanço do mundo.
Angola obteve a independência, um facto que o 25 de Abril acelerou e ainda bem. Para todos os que lá combatiam, assim puderam voltar para casa e outros evitaram de para lá aterrarem fugindo a uma morte sem sentido e inútil. A independência de Angola era um facto consumado levasse o tempo que levasse.
Consumada a independência, Angola entrou numa guerra fratricida, onde dois galos (UNITA/MPLA) de ódio estampado no rosto, lutavam selvaticamente por um poleiro cheio de riquezas por explorar e que a guerra tardava em desbravar.
Portugal dividia-se no apoio das partes, com tendência para a UNITA, o que levou a um distanciamento do lado do MPLA, que entretanto conseguiu por fim à guerra com a morte do lírico, traído e isolado líder da UNITA.
Tomado o poder pelo MPLA, com a sua figura José Eduardo dos Santos (nome bem português), a tomar as rédeas das riquezas agora sim, desbravadas do subsolo angolano que parecem não ter fim. Juntamente com uma dúzia de submissos que também tem direito ao seu quinhão, afirma-se no mundo como uma potência. A serem encaminhados todos os meios ao alcance, porque aí é que está o filão para investir e assim obter os lucros tão necessários para as economias esganiçadas de países a braços com esta crise que aterrou na terra sem pré aviso e por cá parece que quer acampar, apesar de todos os esforços até agora infrutíferos para a obrigar a desfazer o acampamento.
Portugal devido às quezílias de uma colonização a ferro e fogo e de um menor apoio à tendência comunista do MPLA, que acabou por tomar o poder e anos mais tarde vencer as eleições num processo livre e democrático. Sofre as agruras para entrar neste país e poder ter privilégios como um país onde se fala a mesma língua e fazendo parte da CPLP.
Num esforço diplomático Portugal abre-se a Angola! E de um País colonizador, passa a País, refém dos africanos. Porque Portugal precisa nesta fase critica de Angola como de pão para a boca!
É em Angola que pode estar a, salvação não digo, mas o evitar ainda mais da nossa economia ir por um descarrilar sem fim á vista.
É em Angola que vão aterrar (já teve inicio) muitos portugueses. Fugindo a uma falta de emprego sem paralelo.
É em Angola que os novos licenciados procuram materializar na prática os anos de estudo que calcorrearam pelas escolas portuguesas.
É em Angola que se dará o novo fluxo de emigração, como se deu nos anos sessenta para França e muito antes para o Brasil.
E perante isto não estranhou todo o aparato que Portugal vive com a presença de José Eduardo dos Santos e sua comitiva.
Honras de estado a um presidente africano ao nível de um presidente Americano.
Recebido por Cavaco Silva, que se desfazia em elogios repetitivos, mostrando uma vassalagem sem sentido, quase obrigando o presidente angolano a pensar com os seus botões: antes éramos nós humilhantes e pedintes, hoje cabe a vós sentir o que já nós esquecemos!
Angola em peso, está cá na máxima força! São assinados acordos nos vários domínios, onde a balança penderá sempre para o lado angolano.
Demonstram todo o seu poderio como uma nação onde os horizontes de conquista só serão abertos a quem der mais! E o der mais é a factura a pagar para entrar naquele imenso território salpicado de riqueza.
Pagam-se chorudas compensações a uma dúzia de comilões, deixando sempre um quinhão para o chefe supremo.
Assim essa dúzia pode comprar e fundar bancos, fazer nascer grupos económicos que controlam diversos sectores essenciais de um país, como está acontecer em Portugal. E deixam o seu próprio país ao deus dará (Angola) onde é um salve-se quem puder, para milhões e milhões de angolanos que contemplam com os estômagos inchados de uma fome que leva à morte. Os castelos blindados nas colinas de Luanda, dos iluminados por um Deus, que não é para todos, só para os amigos do presidente e sua equipa escolhida a dedo.

1 comentário:

Heduardo Kiesse disse...

CONCORDO!!!!!
em pleno comtodas as tuas palavras deste texto!!!!