sábado, 8 de setembro de 2012

Isto não tem Fim






Cheguei e logo entrei a doer nesta aventura pelo país que cresce como os cogumelos nas florestas europeias.
E agora que parei para descansar destes dias que me puseram o corpo pior que um chapéu de um pobre, fico abismado com este país.
Estou numa zona que uma muralha de betão isolava dois mundos. E obrigava a tolher um povo a um regime ditatorial sem limites, durante anos que para muitos deles foi o seu fim.
 E depois, que se deu o apocalipse da queda do muro, mostrando ao mundo o que ia para lá dele mesmo. Não havia tempo a perder e à que de imediato se iniciar a reconstrução desta parte da Alemanha, parada no tempo das mentes dos soviéticos, só viradas para a ilusão de um socialismo, para combater o capitalismo.
E hoje aqui estou, ajudando a que esta zona faça parte do crescimento que este país tem e da sua importância e poder económico, dentro da Europa.
Era uma paisagem inóspita, sem fim, só atravessada por acessos que mais pareciam caminhos de cabras.
Hoje está lá instalada, a BMW, que empregou quase a totalidade dos habitantes das redondezas e aposta nas ampliações das instalações de uma imensidão que só visto.
De um lado basta virar o rosto e os olhos vêm a loucura da criação dos modelos BMW, tudo robotizado, tudo sem falhas e organizado.
Do outro, o crescimento das novas instalações que irão fabricar os modelos da serie 1. Só visto!
É um mundo de uma grandiosidade, que não estava habituado. O nosso país é tão pequenino e tao pobrezinho, que só estar cá, muda a mentalidade de quem cá chega.
Neste complexo os BMW, são como ervas daninhas nos nossos jardins.
São os que todos os dias saem das linhas de produção, pousados em gigantes camiões, que os levam para todo o mundo.
São os que circulam pelo complexo X6, fazendo a segurança do perímetro, não deixando nada ao acaso.
São os que são conduzidos pelos engenheiros e chefes de cada firma. Para todos os gostos, que fazem sonhar e fazer ver um cego.
São os que me deixam fascinado e até me esqueço do meu lugar, levando por segundos a divagar dentro deles, porque de facto são máquinas de levar uma pessoa ao céu.
E o céu é o limite para levantar este empreendimento. Para isso estão cá os portugueses, formigas formiguinhas furam qualquer terreno nos quatro cantos do mundo.
Polacos, checos, húngaros. De todas as idades, vizinhos ao pé da porta, porque em duas centenas de quilómetros estão em casa quase num abrir e fechar de olhos.
Todos eles, tem um traço comum. Tatuagens, para todos os gostos e feitios, enfeitando braços e os peitos, pescoço e sei lá que mais.
Brincos que cobrem as orelhas, grandes, médios pequenos, mediante o gosto de cada um.
 E claro! Todos loiros e de olhos claros.
Mas nada que se compare connosco, manguélinhas quanto baste.
Por fim os alemães!
Cientes do poderio do seu país, vivem do alto dos seus quase dois metros, olhando de cima para baixo, para a imensidão de imigrantes que os rodeiam a cada passo. Bebem cerveja como nós bebemos água e no fim-de-semana nada os detém é beber de caixão à cova.
São duas mil marcas de cervejas e se todos os dias provar uma. Não terei todos, para prova-las todas.



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