domingo, 2 de setembro de 2012

Querer é Poder

Querer é poder, diz o povo que se encosta aos cantos das aldeias mascaradas de casas velhas.
Esse povo que já carrega os anos no corpo e as rugas bem vincadas no rosto, que, reflecte a solidão que tem como companhia.
É triste esta desolação dos novos, fugindo a sete pés das aldeias, onde nasceram, procurando o futuro bem longe das suas raízes, porque é nesse querer que alcançam melhores condições de vida.
E anos mais tarde regressam já maduros, com o poder mastigado com o querer e montam os alicerces da família na aldeiinha, ficando bem junto às raízes profundas de gerações. E gozando dos rendimentos de uma longa vida, longe dos braços queridos.
Querer é poder, diz o povo que se encosta aos cantos das cidades desertas de jovens e não só, fugindo ás amarguras da vida e pousando nas vilas e cidades dos países vizinhos e como já se constata para lá do oceano.
Aí constroem o ninho da segurança, amealhando as minhocas em longas jornadas de labuta, para enviar mensalmente para Portugal. Cobrindo os atrasos da divida, mais os mealheiros amortalhados da família.
Querer é poder, dizemos todos, para superar as medidas já tão restritivas que o nosso país inventa para tapar os buracos feitos pelos construtores políticos que nos governaram (e governam).
Uns fazem das tripas coração para viverem.
Outros arregaçam as mangas e galgam as estradas da esperança.
Outros encostam-se ao ombro dos amigos e amigos dos amigos para soprarem os ventos da bonança.
Uma certeza tenho: a mala tem que estar sempre apostos. Seja, não longe de casa. Sejam muitas milhas de estrada.






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