Querer é poder, diz o povo que se
encosta aos cantos das aldeias mascaradas de casas velhas.
Esse povo que já carrega os anos no
corpo e as rugas bem vincadas no rosto, que, reflecte a solidão que tem como
companhia.
É triste esta desolação dos novos,
fugindo a sete pés das aldeias, onde nasceram, procurando o futuro bem longe
das suas raízes, porque é nesse querer que alcançam melhores condições de vida.
E anos mais tarde regressam já
maduros, com o poder mastigado com o querer e montam os alicerces da família na
aldeiinha, ficando bem junto às raízes profundas de gerações. E gozando dos
rendimentos de uma longa vida, longe dos braços queridos.
Querer é poder, diz o povo que se
encosta aos cantos das cidades desertas de jovens e não só, fugindo ás
amarguras da vida e pousando nas vilas e cidades dos países vizinhos e como já
se constata para lá do oceano.
Aí constroem o ninho da segurança,
amealhando as minhocas em longas jornadas de labuta, para enviar mensalmente
para Portugal. Cobrindo os atrasos da divida, mais os mealheiros amortalhados
da família.
Querer é poder, dizemos todos, para
superar as medidas já tão restritivas que o nosso país inventa para tapar os
buracos feitos pelos construtores políticos que nos governaram (e governam).
Uns fazem das tripas coração para
viverem.
Outros arregaçam as mangas e galgam as
estradas da esperança.
Outros encostam-se ao ombro dos amigos
e amigos dos amigos para soprarem os ventos da bonança.
Uma certeza tenho: a mala tem que
estar sempre apostos. Seja, não longe de casa. Sejam muitas milhas de estrada.
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