O sol aqui ainda aquece este coração dorido
pela saudade, que a distância não dá tréguas.
Sentado num banco de jardim neste átrio, onde
repousam as viaturas que nos fazem deslocar para o trabalho e para desanuviar um
pouco o stress diário. Aproveito para um balanço rápido deste tempo cá passado
e já lá vão perto de oito meses, depois de uma noite de família (equipa), numa
jantarada, toda ela portuguesa.
Foram umas horas bem passadas, onde se
conversou de momentos passados recentemente no trabalho, o que é de enaltecer,
já que ajuda a melhorar vários detalhes e assim sendo é sempre uma mais-valia
para os desafios que se enfrenta logo que o dia nasça.
Recordou-se histórias, passadas pelos mais
velhos, em anos consecutivos longe da família e tão perto do roçar da loucura
em episódios onde o ir longe demais, poderia e em alguns casos trouxe consequências
marcantes.
Jantou-se bacalhau, para matar as saudades de
um Portugal cada vez mais longe, como a crise que não o deixa abrir os olhos.
Acompanhado do maduro de Cantanhede, que se
misturou com o sangue percorrendo as artérias mais rápido do que o normal.
Antes provou-se um Favaios, que devido a não ser
resguardado como deve ser. Deixou as borritas depositadas, mas que não impediu
de ser sorvido num trago.
E terminamos com um whisky de quinze anos,
alegrando ainda mais a noite e aquecendo um pouco estas almas, amarelecidas com
o passar dos meses de saudades que não queremos esquecidas.
E no fim, demos um pé de dança no cantinho do
costume, olhando para olhos penetrantes, escondidos por trás do loiro que se
estende para lá dos ombros, num corpo de fazer as delícias, num fim de noite.
Mas com olhos ou sem eles a vigiar cada
gesto, o importante é aliviar a mente das constantes horas, preso aos andaimes
da esperança.
Aliviar o corpo das feridas a cada momento
que os vincos abrem, quando são arrebitados aos suportes da nossa aprendizagem.
E olhar para os holofotes de mil cores, que
incidem como duches para limpar as impurezas do corpo, sonhando com o amor que
deixamos agarrado á nossa próxima chegada, depois de muitas luas carregadas.
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