Todos nós temos um grito de revolta apertado tão
Por enquanto eles vão saindo, aos soluços,
esfumando-se no espaço, abafados pelo vento.
Ora em
situações espontâneas.
Na
maioria isoladas em conjunturas dramáticas, visando uma parcela da Sociedade,
revoltada com a perda de direitos soberanos.
Ora em manifestações mais ou menos
organizadas. Juntando quem dá a cara, gritando por tudo o que já lhe roubaram. Martirizados
por dias e dias a penar por soluções, sem resultados à vista.
Mas escondendo atrás das cortinas das
varandas, os que espiam as marchas lentas do sopé da avenida, até ao cruzamento
da saída das cidades. Esperando que os que estão por baixo calcorreando as
estradas com o asfalto já gasto por pegadas infinitas. Conquistem por eles as reivindicações
legítimas.
Mas esperem, não sentados. Mas em bicos de
pés, esse grito!
Enorme grito! Saído de milhões de bocas. Em uníssono.
De Norte a Sul.
Irá ser terrivelmente estridente!
Semelhante a uma onda radioactiva, varrendo
tudo em seu redor e rebentará com os tímpanos dos que se fizeram surdos e
mudos, gozando a seu belo prazer, com as desgraças dos até então moribundos.
Leve o tempo que levar.
E
acredito está para breve, já que o povo desespera vendo tanta desgraça. Esse grito,
ainda meio escondido na palma da mão, soltar-se-á num simples gesto e….
Pena os que já não poderão abrir a boca,
fechada para sempre em sete palmos de terra!
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