domingo, 14 de abril de 2013

Gritamos gritamos



A nossa vida é feita de lutas constantes!
Sentimo-nos numa selva onde cada um tem que possuir quatro-olhos para montar vigilância e não ser apanhado em contrapé.
Somos perseguidos pelo infortúnio de um drama mundial que invade as nossas consciências e rebenta-nos com os tímpanos e cega-nos a visão. Para assim nos encostarem a um canto,
remoendo as desgraças e suicidar as esperanças.
Mas muitos de nós ressurgimos das trevas que milhentas mãos poderosas nos lançaram sem piedade. E numa autêntica ressuscitação dolorosa e quase interminável, desabrochamos de novo para a vida, prontos a conquistar o tempo perdido.
Olhamo-nos por nós abaixo, salpicados de tatuagens de sofrimento. E com uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma. A boca seca de vida e mantendo-a pelo ar que custosamente respiramos. Gritamos! Gritamos!
Com todas as forças que nos restam, para que o vento leve aos quatro cantos do mundo: Como havemos de saber o que desejamos, se tudo o que não temos nos apetece!
Apetece-nos correr sem parar, pelas estradas sem fim e ir apalpando terreno para encontrar um lugar onde possamos pensar, pensar, pensar no que desejamos!
Precisamos do voo da felicidade que nos ajude a correr bem ao lado das estrelas, para encontrar um lugar bem juntinho ao azul celeste, se tal for impossível cá em baixo na imensidão da terra que é de todos e ao mesmo tempo de ninguém.
A correria desenfreada e angustiante prossegue a um ritmo desesperante.
E por entre uma escuridão tenebrosa, descobrimos uma mão milagrosa, que nos ampara e nos guia, para a luz que ao fundo do túnel surge como o sinal do lugar que procuramos!
Encontrado esse lugar, de uma entrada minúscula, esforçadamente penetrada. Abrir-se-á um espaço infinito, cheio de desejos e desejos. Salpicados de cores intermináveis, que dão um colorido como se do Paraíso se tratasse.
E aí com todo o tempo do mundo, pudera o tempo aqui não passa, navega num mar de luz, que aqui nasce e aqui permanece. Saberemos o que desejamos, mesmo sabendo que tudo o que não temos nos apetece.
Nunca estamos bem com aquilo que temos. E como possuímos pouco e muitos infelizmente já nada possuem, tudo nós desejamos!

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