sábado, 27 de abril de 2013

Nem oito nem Oitenta




Ontem calor intenso!
 Penetrando por todos os poros que o corpo acolhe. Água era a solução para combater a desidratação. Em horas seguidas de extenuante labuta.
Hoje chuva miudinha!
 Irritante, que molha o corpo, deixando a roupa ensopada num frio indesejável.
Eis o cenário de um dia para o outro, em que a temperatura desceu 20º, deixando atónitos quem ainda dá os primeiros passos, para enfrentar o Verão. Que se avizinha quentíssimo, já que o Inverno foi rigoroso demais.
Ontem enquanto trabalhava recordava.
Recordava o mar e toda aquela imensidão de areia convidando para longos passeios, com a companheira ideal.
Eu na frente e ela atrás pisando os meus passos, fácil, bem mais pequenotes e assim andávamos metros e metros com a companhia das ondas, que ao longe rebentavam, trazendo o seu fim bem perto dos nossos pés, ancorados uns nos outros.
-Não te enalteças de ter os pés maiores que os meus e assim poderes acolher os meus. Isso, nada representa para o tamanho do meu coração, bem maior do que o teu, que acolhe o meu amor e o teu!
-Será, desafiava eu! E envolvíamo-nos num abraço longo, que dava lugar ao estender na areia macia, colando-nos num só. Ora em beijos ternurentos, passando a entrelaçarmos os membros para nos resguardarmos ainda mais.
Hoje recordava enquanto descansava.
Recordava os passeios no meio de chuva como esta. Que nos apanhava desprevenidos.
Por entre campos sem sombra de gente, com os corpos colados á roupa, realçando as linhas magníficas de um corpo que me fascina. Com os seus altos que a Natureza dotou, onde a minha mão deslizava ternamente. Colando a veste no primeiro momento. Para logo de seguida tocar abertamente.
Regressávamos ofegantes com o cabelo colado ao crânio, dando-nos um ar comprometido pelo amor que deixamos brotar mesmo ao pé das margaridas.
É o oito, ou oitenta de um tempo próprio desta terra, que estafa o corpo. Mas deixa sempre uma porta aberta para o pensamento realçar as recordações.

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