Ontem calor intenso!
Penetrando
por todos os poros que o corpo acolhe. Água era a solução para combater a desidratação.
Em horas seguidas de extenuante labuta.
Hoje chuva miudinha!
Irritante,
que molha o corpo, deixando a roupa ensopada num frio indesejável.
Eis o cenário de um dia para o outro, em que
a temperatura desceu 20º, deixando atónitos quem ainda dá os primeiros passos,
para enfrentar o Verão. Que se avizinha quentíssimo, já que o Inverno foi
rigoroso demais.
Ontem enquanto trabalhava recordava.
Recordava o mar e toda aquela imensidão de
areia convidando para longos passeios, com a companheira ideal.
Eu na frente e ela atrás pisando os meus
passos, fácil, bem mais pequenotes e assim andávamos metros e metros com a
companhia das ondas, que ao longe rebentavam, trazendo o seu fim bem perto dos
nossos pés, ancorados uns nos outros.
-Não te enalteças de ter os pés maiores que
os meus e assim poderes acolher os meus. Isso, nada representa para o tamanho
do meu coração, bem maior do que o teu, que acolhe o meu amor e o teu!
-Será, desafiava eu! E envolvíamo-nos num
abraço longo, que dava lugar ao estender na areia macia, colando-nos num
só. Ora em beijos ternurentos, passando a entrelaçarmos os membros para nos
resguardarmos ainda mais.
Hoje recordava enquanto descansava.
Recordava os passeios no meio de chuva como
esta. Que nos apanhava desprevenidos.
Por entre campos sem sombra de gente, com os
corpos colados á roupa, realçando as linhas magníficas de um corpo que me fascina.
Com os seus altos que a Natureza dotou, onde a minha mão deslizava ternamente. Colando
a veste no primeiro momento. Para logo de seguida tocar abertamente.
Regressávamos ofegantes com o cabelo colado
ao crânio, dando-nos um ar comprometido pelo amor que deixamos brotar mesmo ao
pé das margaridas.
É o oito, ou oitenta de um tempo próprio desta
terra, que estafa o corpo. Mas deixa sempre uma porta aberta para o pensamento
realçar as recordações.
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