Em três meses o balanço deste país é consumido
pela loucura do desporto e pela realidade nua e crua, que sistematicamente
vivemos!
Saímos vencedores do Euro e desatamos a
transbordar de euforia. O país parou e recebemos os heróis que ainda, nem
tinham acordado para realidade, de sonharem com o enorme feito.
Não era, para menos! Medalhas para toda a
gente!
Ainda não tinham secado as lágrimas da
Eurofelicidade. Logo o país entrou nas choraminguices dos incêndios. Como pode,
nos tempos que vivemos acontecer enorme flagelo.
Há
interesses pelo meio! Há interesses pelo meio. Gritamos e ameaçamos, mas
terminamos a idolatrar os bombeiros. Sem medalhas de heróis pelo meio!
Todos os anos é o mesmo!
Ainda o ar cheirava a madeira queimada. Iniciou-se
o desporto rei cá no burgo e todo o país manifestou o apelo às cores
clubísticas.
As gerrinhas entre rivais, enche todas as páginas
dos jornais e o povo vive esperando cada fim-de-semana, para vêr a bola saltitar!
Ninguém sequer pensou de onde veio tanto
dinheiro, para dar de mamar a jogadores que ganham num ano, o que nós ganhamos
uma vida inteira!
E nos dias de hoje com campeões, a valerem
rios de dinheiro.
Ainda em Agosto, o país é invadido pelos
imigrantes sedosos de partilhar as aventuras e o dinheiro ganho. Mês de Agosto,
mês de matar as saudades.
Ninguém sequer quer saber que, milhares deles
pela primeira vez. Abraçam a mala de fechos quebrados, para se lançarem na
aventura de ganharem os euros perdidos na pátria maldita. Tentando desesperadamente,
que a família não se estilhace.
Acalmaram os incêndios, os imigrantes regressaram
ao outro lar. E Iniciou-se o ano escolar!
Milhares
de professores ficaram nas filas do desemprego e as turmas aumentaram de
alunos, como se de aviários se tratassem.
Aos pais pouco interessa. E os alunos vão
carregados de livros e de TLM, para não perderem pitada dos acontecimentos
recentes dos amigos.
Estudam para terem um futuro!
Vão para a Universidade e levam as economias
de uma vida e quando lançam o canudo para o ar de triunfo. Nem sonham que o
lugar deles é longe do aconchegado abrigo. O país onde vivem, virou-lhes as
costas e só espera que imigrem e lhes forneça as divisas para sustentar os
gulosos!
É este país que temos!
Com governantes a anunciar aumentos de
impostos a cada ano de legislatura e nós coitadinhos, abrimos as pernas e
votamos nos meninos!.
Somos um povo que merecemos o país que temos.
Porque somos facilmente comandados pelos governantes sem escrúpulos. E por uma
minoria que manobra a fragilidade de um povo obcecado no mal dos outros e nas
fofoquices da esganiçada comunicação social.
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