quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Eurofelicidade





Em três meses o balanço deste país é consumido pela loucura do desporto e pela realidade nua e crua, que sistematicamente vivemos!
Saímos vencedores do Euro e desatamos a transbordar de euforia. O país parou e recebemos os heróis que ainda, nem tinham acordado para realidade, de sonharem com o enorme feito.
Não era, para menos! Medalhas para toda a gente!
Ainda não tinham secado as lágrimas da Eurofelicidade. Logo o país entrou nas choraminguices dos incêndios. Como pode, nos tempos que vivemos acontecer enorme flagelo.
 Há interesses pelo meio! Há interesses pelo meio. Gritamos e ameaçamos, mas terminamos a idolatrar os bombeiros. Sem medalhas de heróis pelo meio!
Todos os anos é o mesmo!
Ainda o ar cheirava a madeira queimada. Iniciou-se o desporto rei cá no burgo e todo o país manifestou o apelo às cores clubísticas.
As gerrinhas entre rivais, enche todas as páginas dos jornais e o povo vive esperando cada fim-de-semana, para vêr a bola saltitar!
Ninguém sequer pensou de onde veio tanto dinheiro, para dar de mamar a jogadores que ganham num ano, o que nós ganhamos uma vida inteira!
E nos dias de hoje com campeões, a valerem rios de dinheiro.
Ainda em Agosto, o país é invadido pelos imigrantes sedosos de partilhar as aventuras e o dinheiro ganho. Mês de Agosto, mês de matar as saudades.
Ninguém sequer quer saber que, milhares deles pela primeira vez. Abraçam a mala de fechos quebrados, para se lançarem na aventura de ganharem os euros perdidos na pátria maldita. Tentando desesperadamente, que a família não se estilhace.
Acalmaram os incêndios, os imigrantes regressaram ao outro lar. E Iniciou-se o ano escolar!
 Milhares de professores ficaram nas filas do desemprego e as turmas aumentaram de alunos, como se de aviários se tratassem.
Aos pais pouco interessa. E os alunos vão carregados de livros e de TLM, para não perderem pitada dos acontecimentos recentes dos amigos.
Estudam para terem um futuro!
Vão para a Universidade e levam as economias de uma vida e quando lançam o canudo para o ar de triunfo. Nem sonham que o lugar deles é longe do aconchegado abrigo. O país onde vivem, virou-lhes as costas e só espera que imigrem e lhes forneça as divisas para sustentar os gulosos!
É este país que temos!
Com governantes a anunciar aumentos de impostos a cada ano de legislatura e nós coitadinhos, abrimos as pernas e votamos nos meninos!.
Somos um povo que merecemos o país que temos. Porque somos facilmente comandados pelos governantes sem escrúpulos. E por uma minoria que manobra a fragilidade de um povo obcecado no mal dos outros e nas fofoquices da esganiçada comunicação social.

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