De manhãzinha, ainda nem os pássaros se
atreviam a sair para a algazarra do nascer do dia. Chovia!
E quando chove, com imensa humidade no ar, o
dia tarda a nascer e tenho a certeza que será um dia chatinho.
É o Outono a dar um ar da sua graça. Esfriando
os dias e encurtando-os de luz e alegria.
O vento resolveu aparecer para durante uns
meses infernar o meu corpo.
Portanto é fácil presumir que o dia foi
desagradável e custoso a passar.
Existem dias assim e muitos irão percorrer a
minha vida porque, a natureza recreia-se nas quatro estações.
A manhã encheu-se de botas húmidas e roupa
fria.
Tudo em redor era triste!
O trabalho besuntava-se em gestos trémulos e
forçosa vontade. Mas a obrigação é mais forte que a vontade da natureza e lá se
foi a manhã, por entre duas buchas aquecidas.
A tarde foi mais do mesmo, só que a
morrinhenta chuva desapareceu!
As pragas foram tantas, que de mansinho,
desapareceu do nosso ninho.
E lá se foi o dia, com a noite a chegar e eu,
espalmado neste quentinho da casa da D. Maria.
Amanhã voltará o mesmo cenário dizem os
especialistas do tempo.
Nada me incomoda, estou a favor do tempo e
voltado para fazer frente ao vento.
E é sexta-feira!
Venha o que vier, cá estarei para o enfrentar
e esperar que volte de novo para o quentinho e horas depois, deitar-me e sonhar
com os dias quentes e luminosos ainda recentes.
Sem comentários:
Enviar um comentário