A carência é uma exigência, quando se está só!
Fui só dar uma volta, serpenteando a encosta que me
afasta da casa onde vivo, duzentos metros mais acima e conhecer uma nova cidade.
Como trabalhei todo o dia, estava cansado. Não deu
para conhecer a noite.
Mas deu para sentir a cidade e meditar como este povo
vive e pensa como deve gozar o fim-de-semana.
É uma cidade farta de comércio com preços exorbitantes,
a espalhar a força económica que a Alemanha possui.
Dependências bancárias
ao virar de cada esquina. Sintoma que descrevem a força deste país.
Restaurantes
com esplanadas, para colorir o início da noite. Repletas de um povo ansioso,
que mais logo o desejo e a alegria, façam parte da noite prometida.
E claro, os bares!
Local de folguedo para despachar a noite. Abrindo o
clarear do dia, dando lugar, onde todos se escapam para o descanso. Uns só e
desamparados. Outros, amparados em promessas de caricias diversas.
Hoje tudo é supérfluo!
O amor deu lugar ao fulgor.
Onde tudo se resumo a uns copos e umas quecas.
E eu que adorava a sedução e o bater rapidamente do coração!
A saudade a apertar e os sonhos a comandar os dias, de
permanência na terrinha.
Adorava que o meu corpo assim respirasse. E se assim
fosse, tudo conquistava em graciosas emoções!
A química da conquista desvanece-se, porque o amor não
é sexo!
Não são dias felizes, só porque se tem dinheiro para
os ter.
Hoje ninguém quer sentir a ausência e esperar com amor
a ansiosa presença!
A ausência é uma carência. E ninguém está de braços
abertos, para aliviar a exigência de estar só!
Será que estou a ficar velho para estas andanças?
Ou esperar, que surja um desafio, fruto da idade e
despertar sentimentos a quem os julga, enterrados nos escombros, de anos de
sofrimento.
Sem comentários:
Enviar um comentário