quinta-feira, 6 de maio de 2010

Lisboa Não Altera a Taxa



Andamos de oscilações em oscilações, mandando no rumo deste país que acorda a espreitar a abertura da bolsa, roendo as unhas tamanho o nervosismo.
Almoçamos com as notícias da queda de dois degraus da mesma e a tentativa de nos colar à Grécia.
Jantamos com o resumo final do dia onde as novas são sempre velhas já que nunca recuperamos de um salto para nos situar no positivo. Mas sim, só recuperamos metade do que perdemos no dia anterior.
E deitamo-nos a fazer contas de cabeça, como iremos acordar (se conseguirmos dormir bem), para enfrentar mais um dia carregado de nuvens negras prontas a tocarem-se e descarregar as más novas que infelizmente já nos vamos habituando.
Todo este cenário enquanto procuramos fazer o dia-a-dia. Certinhos e direitinhos, porque pode vir mais uma vaga de tudo perder o pouco que anos a fio nos levou tanto a conquistar.
O Papa está a chegar e pode trazer a água benta tão necessária para benzer o país.
Precisamos de milhares de garrafões para chegar a todos os cantos. E como a água benta queima o diabo à solta. Assim iremos descobrir quem são os diabos que manipulam os sectores primordiais e escorraçá-los para o inferno que fica no deserto das aldeias beirãs com os casebres ao alto a lembrar o povo que já lá viveu.
Entretanto Lisboa será o centro das atenções da divulgação das novas taxas de juro que tudo indica, ficarão na mesma. Já que tudo se mantém tão mau que mexer na merda, pode dar um mau cheiro e chamar as vespas para obrigar os desafortunados a pagar o que já nem com os anéis podem amortizar. Porque já se foram tão rápido e cheios de memórias queridas, que só ficaram os dedos calejados de enxadas que pedem terra para alimentar o acreditar num futuro mais optimista.

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