terça-feira, 25 de maio de 2010

Uma Hora Divertida


Espero à entrada de um edifício que ninguém quer ter lá paragem.
Aguardo um, dois, quantos minutos forem precisos, tempo não me falta. Para o almoço das terças há muito tempo prometido e agora finalmente concretizado.
Enquanto espero observo quem passa, num vai e vem de hora de almoço, onde uns petiscam umas sandes no café em frente e outros mais, apressam-se para irem às suas vidas.
Por fim elas descem para o almoço rapidinho porque o trabalho espera numa roda-viva de entrevistas.
São pessoas alegres e boa companhia. E como o tempo é curto, aproveitamos o caminho em direcção ao restaurante, para saber novidades e também para cimentar mais a amizade.
Por fim descobrimos a mesa num cantinho só para nós.
Parecia que nos esperava, numa reserva fictícia. Para três pessoas alegres e prontas a aproveitar esta curtíssima hora num recordar de aventuras, ora no alto dos Pirenéus com toneladas de neve branca a convidar uma descida de tombos sem gravidade já que se tratava de principiantes armados em esquiadores.
Ora simples casos, que fogem à rotina diária mas que alegram quem ouve e mesmo quem participou.
A pisa com uma salada gostosa chega e acalma o apetite nesta hora já a fazer a barriga dar horas.
Cria-se um momento mágico de alegria e boa disposição.
Bebe-se uma mistura de cerveja e seven-up para que não suba muito à cabeça porque o dia ainda vai a meio.
A salada está fresquíssima numa mistura de nacos de frango e morangos aos bocados, destacando-se o verde da alface que delicia os gulosos como eu por tamanho vegetal.
A pisa saída do forno a lenha tem um aspecto de água na boca e é saboreada por entre gargalhadas comedidas de gente com educação mas que enche o ar neste cantinho de fazer raiva a quem nos observa.
Somos três amantes da boa disposição pelo menos hoje. Sem preocupações em agradar a quem quer que seja e por entre garfadas de comida que não enche mas saboreia, apercebemo-nos que a hora avançou como o vento que se instalou depois de dias carregados de calor.
Finalizamos com o café habitual, dando os bombons a quem não o pode tomar para levar às miúdas que ficam felizes logo que a mama as abraça com tantas saudades.
E saímos de encontro ao trabalho que não tem paragens, inspirando este dia fresco e agradável com uma ponta de vento que limpa o ar abafado de gabinetes a abarrotar de pessoas pedindo uma solução para a sua vida que muitas das vezes não chega, apesar de todo o esforço.
São companhias de encher o olho já que possuem olhos de se olhar longamente.
E olhos nos olhos fica a promessa para terça-feira, voltarmos a ser três mosqueteiros (as), num almoço sempre curto, mas aproveitado ao máximo num ambiente de fazer inveja a quem raivosamente nos observa.
Os amigos são para as ocasiões, mesmo que nada possam fazer para aliviar as pressões profissionais que esta vida fechou. Mas mais cedo ou mais tarde sem fechaduras para quem não se quer acomodar já que os horizontes, é feito de metas para alcançar.

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