segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O Inicio da Semana do Natal


A chuva. Ultimamente é sempre isto!
Porra, para a chuva, que chatice. Continua a cair como caiu a tarde e o céu a escureceu porque a noite apareceu.
Tomo um café enquanto faço horas para que o miúdo se regale na piscina.
Este tempo é uma desgraça, trás o frio de mão dada com a chuva malvada.
Como vivo numa cidade perto do mar e sem descidas serpenteadas para sair dela, levo com esta chuva ranhosa. Senão em vez da ranhosa, era neve pela certa e quem sabe, talvez o dia fosse mais alegre. Pelo menos era mais divertido para as crianças agora em férias, retidas em casa, logo no primeiro dia.
As pessoas entram umas a seguir às outras para comprar o pão acabadinho de sair na última fornada.
Enquanto esperam, puxam por aqueles porta-moedas, de boca enorme e retiram as moedas certas para pagarem o pão e logo saírem em direcção a casa o mais rápido possível, fugindo ao tempo fanhoso, como alguns narizes que descubro não muito longe de mim.
O Inverno tira a beleza das pessoas, porque obriga a revesti-las de roupa, fechando-as em casacos compridos e enroladas nos cachecóis de duas voltas para que o frio se desvie da sua rota.
Já se vê pouca gente a circular na cidade. As que ainda percorrem os passeios iluminados, da luz pública e das montras num pisca-pisca de várias cores que reluzem em arco-íris minúsculos nas possas de água reduzidas. Fogem a sete pés tomando o rumo das suas casas, fugindo da noite que já ocupou o seu lugar e ao clima chato, chato que não nos larga.
A semana do Natal começou triste e enfadonha. É o tempo que não alegra e a crise que nos aperta.
Levanto as golas do casacão, ainda na saída do Pérola e abrindo o guarda-chuva, (detesto andar de guarda-chuva), vou ao encontro do puto, que já me espera na saída do ginásio, de certeza com o cabelo todo no ar ainda molhado e o kispo aberto, convidando ao aparecimento de um resfriado, que nesta época são oferecidos aos packs,
Alargo o passo e meio a andar meio a correr, lá chego primeiro que ele passe a porta envidraçada e assim lá lhe aperto o kispo e bem agasalhado, regressamos a casa cantando-lhe canções de Natal do meu tempo de criança, com quadras improvisadas para delícia do meu pequenote, que é a alegria cá da casa.

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