quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Youssef El Kalai, português
O homem Marroquino desafiou o destino e meteu-se mar dentro num barco clandestino.
Ou melhor, numa barcaça apinhada de desesperados como ele.
Ancorou pelas vagas que constantemente lhe punham a vida por um fio, nas costas rochosas de Lanzarote.
Passou pelos tormentos que se imagina, desafiando os dedos que lhe apontavam o caminho de regresso, incitando-o rudemente para voltar ao local de nascimento.
Mas nada o impediu de concretizar o seu grande sonho.
Primeiro obteve a nacionalidade onde atracou sob a luz da noite. Como merecimento por mostrar que era um homem útil. Já que se agarrou com unhas e dentes ao pior que lhe apareceu.
E no domingo, sempre ao domingo. Dia de missa e de sonhos concretizados. Deu largas à sua alegria, com lágrimas pelo meio, conquistando uma medalha no apogeu da sua afirmação.
Foi figura na comunicação social, mas nada disso lhe tira o sono, tantas vezes proibido pelas catacumbas da vida.
E agora sim, pode regressar com bilhete de volta, para alegrar o pai distante, oferecendo-lhe simbolicamente a medalha que tempos antes era o embrião já nascido, mas com labirintos pedregosos para lá chegar.
A alegria e emoção da façanha não vai ficar por aqui, outras medalhas mais faiscantes esperam este imigrante de águas que a tantos irmãos tirou a vida.
E a sua humildade será a certeza da grandiosidade dos seus futuros feitos.
Homens assim dão ensinamentos sem fim!
É agarrar o exemplo e hoje ele. Amanhã quem sabe outros em circunstâncias diferentes.
O mundo alegra-se destes seus humildes que deles fazem parte. Não daqueles que lhes querem mudar a face.
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