quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
O Natal dos Caminhos
A ideia começou tímida mas rapidamente ganhou contornos de assinalável adesão, para nos juntarmos num jantar bem chegadinho ao Natal e assim vivermos esse momento tão grandioso, como especial.
Seis meses depois de em grupo numeroso iniciarmos os Caminhos até Santiago, juntamo-nos num convívio simples como é característico em tudo o que a Paróquia de Barcelos se envolve e soltamo-nos uma vez mais. Na alegria de rever bons amigos e calorosos colegas, enquanto aquecíamos o estômago nas salas de catequese que nos acolheu meses antes no final de algumas etapas, quando aí repousamos completamente extenuados e esfomeados.
Findo o jantar seguimos em procissão com tochas que iluminavam o nosso objectivo e cantando para alegrar, o nosso espírito fortalecido. Revivemos a entrada triunfal que meses antes nos foi aberta como agradecimento pela abnegação de uma caminhada tão dolorosa como esplendorosa.
Foram poucos metros, os bastantes, para com passos marcados pela fé que nos envolve, chegarmos à Tenda bem no coração da cidade.
Espaço para reflexão e retiro para as orações nesta quadra que felizmente, junta o amor ao próximo, porque amolece os corações mais insensíveis, dando-lhes outro batimento em ver a realidade bem viva.
Depois de umas breves palavras do Prior, exaltando o significado da Tenda. Aproveitando a ocasião como é sua obrigação. Para que cada um de nós, reflectíssemos nesta quadra tão simbolizante como penetrante, dado o cariz que a envolve. Aclamou ao nascimento de Jesus há dois mil anos. Tão distante como hoje tão presente, já que deu a vida por nós, para garantir com esse sacrifício, todo o amor que nutria pela humanidade.
E ainda estas palavras ecoavam nas paredes de plástico transparentes da Tenda, passou-se ao reviver belos momentos, com o filme "The Caminõ Never Ends" (Caminhos de Santiago).
Quinze minutos de lembranças ainda tão frescas.
Quinze minutos de nostalgia a amolecer a adrenalina.
Quinze minutos de nos vermos no filme, arrancando um suspiro vaidoso.
Quinze minutos de uma mistura de grupos que enchiam os declives pedregosos. E de caminhantes solitários, resguardados nas convicções tão fortes que tudo superavam com o mesmo fim: chegar a Santiago chova ou faça sol!
Terminado este momento onde muitos de nós nos vimos pela primeira vez num filme. Era a hora de o responsável por esta obra tecer umas breves considerações, porque foi por ele que a nossa figura correu o festival ART&TUR e na sua modéstia descobrimos, descobrimos não! Confirmamos, que o Carlos está em todas. Merece o reconhecimento granjeado para lá das fronteiras, porque corre atrás do que lhe dá prazer e oferece momentos de nostalgia para quem recorda passos que não se apagam.
Posto isto, passou-se para a admiração do presépio todo ele feito pelas mãos de artesãos com queda para esta bela obra e doando horas gratificantes que nos honram como companheiros caminhantes.
E no correr ainda dentro da Tenda em forma de U ao contrário, esperava-nos o bolo-rei, o pão-de-ló, o cafezinho, o porto e o bagacinho. Servido gentilmente pelos mesmos do costume, que dão de bom grado as horas destinadas aos seus, mas alegremente gastas connosco, numa dedicação que já não vem de agora e que se vai estender tenho a certeza pelo tempo fora.
Aquecidos e felizes regressamos ao frio, para terminarmos este bocadinho, não sem antes ficarmos com a certeza de que logo, logo tornaremos a ver-nos quem sabe de cajado na mão e espírito fortalecido.
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