quarta-feira, 28 de março de 2012

Amolecemos as nossas Sensações


Amolecemos as nossas sensações devido ao desgaste da vida.
Deixamos de beber os arrepios sentidos por um olhar. Por um rosto. Por um corpo.
Mas de vez em quando, essas mesmas sensações, voltam num dia cheio de sol, de uma Primavera a libertar os rebentos que embelezam os campos e florescem as árvores citadinas. Com uma vista ao dobrar o joelho, que quase nos atira para bem junto desse encanto.
A distância era nula e o apetite era enorme!
Bela, dos pés à cabeça. Ali estava quase à mão de semear. Então pus-me a delirar. Porque delírios sentidos dão alimento à alma e reavivam memórias recentes, de momentos eloquentes.
Tão perto, que os olhos quase se tocavam. As palavras saiam, numa tentativa de dizer algo para evitar o momentâneo silêncio, que podia encaminhar para o toque, tão mutuamente desejado.
Queria chegar bem perto. Encostar todo o meu calor amoroso, aos lábios carnudos de uma boca, de onde saia palavras ricas de apoio, mas a aclamar beijos seguidos, para refrear o convite expressivo.
Queria que o tempo parasse e me desse a força que já me envolvia para cobrir aquele corpo de toques carinhosos. De beijos incessantes, para refrear o calor que me envolvia. De transformar dois corpos num só, para aliviar a paixão que tanto tempo, andava escondida.
Queria voltar, galgando a estrada com um sorriso apaixonado, feliz como nunca. Vivendo as imagens ainda tão frescas, de momentos indescritíveis.




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