Amolecemos
as nossas sensações devido ao desgaste da vida.
Deixamos
de beber os arrepios sentidos por um olhar. Por um rosto. Por um corpo.
Mas de
vez em quando, essas mesmas sensações, voltam num dia cheio de sol, de uma Primavera
a libertar os rebentos que embelezam os campos e florescem as árvores
citadinas. Com uma vista ao dobrar o joelho, que quase nos atira para bem junto desse
encanto.
A distância
era nula e o apetite era enorme!
Bela, dos
pés à cabeça. Ali estava quase à mão de semear. Então pus-me a delirar. Porque delírios
sentidos dão alimento à alma e reavivam memórias recentes, de momentos eloquentes.
Tão perto,
que os olhos quase se tocavam. As palavras saiam, numa tentativa de dizer algo
para evitar o momentâneo silêncio, que podia encaminhar para o toque, tão mutuamente
desejado.
Queria
chegar bem perto. Encostar todo o meu calor amoroso, aos lábios carnudos de uma
boca, de onde saia palavras ricas de apoio, mas a aclamar beijos seguidos, para
refrear o convite expressivo.
Queria
que o tempo parasse e me desse a força que já me envolvia para cobrir aquele
corpo de toques carinhosos. De beijos incessantes, para refrear o calor que me
envolvia. De transformar dois corpos num só, para aliviar a paixão que tanto
tempo, andava escondida.
Queria
voltar, galgando a estrada com um sorriso apaixonado, feliz como nunca. Vivendo
as imagens ainda tão frescas, de momentos indescritíveis.
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