Esperar por algo que me realize e não peço
muito, é tão duro que obriga a um esforço redobrado de contenção.
Sinto-me pequeno para ombrear com desafios
tão difíceis.
Estou a afugentar a solidão que me persegue.
Vou em busca de soluções para atenuar as desilusões.
Sou o culpado de me ver neste emaranhado de
indecisões, mas espero algumas decisões que me possam encaminhar para realizar
um percurso profissional, porque no difícil, conseguir algo, é gratificante.
Quem como eu, se iniciou cedo no trabalho e
lá andou anos a fio a recolher dividendos com dedicação e valentia, sem apoios
e ajudas. Pode do mesmo modo ir recuperar a mesma filosofia bem longe, para se
reencontrar consigo mesmo e valorizar todo o seu querer.
Esta vida ingrata, feita para quem tem unhas
e esgatanha quem lhe surge pela frente, deixando marcas que atormenta. Também
abre brechas para pessoas como eu se infiltrarem e irem na procura de realizar
ainda projectos com futuro.
Consideram-me velho para determinadas
tarefas, olhando ao volume de jovens licenciados à mão de semear. Mas
ainda sou novo para galgar fronteiras e ir ao encontro das barreiras e
derrubá-las de uma só vez.
Mas nem tudo é mau.
Amigos,
eu tenho. Pouquíssimos, um, não!
Dois talvez, e é a eles que vou buscar o
consolo do desabafo.
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