É domingo, bem longe de casa mas tão perto da
natureza!
Natureza coberta por um
manto branco, brindando-me com a sua pureza.
Que silencio, que paz!
Nada nem ninguém perturba
este local. As pessoas refugiam-se em casa, aconchegadas ao calor das lareiras,
bem visível pelo libertar do fumo branco que se liberta das chaminés pregadas
aos telhados em V, claro ao contrário, para que a neve deslize e se estenda
pelos jardins, agora branquinhos.
Olho pela janela espaçosa
enquanto escrevo, ao mesmo tempo que tomo um cafezinho quentinho e nada
vislumbro lá fora. A não ser o branco que tudo pinta!
Depois de umas férias
festivas a deixar moleza que custou a despregar, voltei para outra terra, com
outros colegas e como tal nova adaptação.
Respondi bem. Temos que ser
duros, nesta fase onde o Inverno mostra as suas garras, ameaçando enregelar as
articulações tão frágeis.
Penso na família deixada
numa fase sem tempo para hesitações, porque o momento é de enorme reflexão.
A cada momento a angústia
ronda este corpo ainda mole para toda esta agitação. De malas para cá, de malas
para lá. Numa correria sem fim que se vai estender por este país, que se ri
para os restantes da Europa de papo cheio de euros, para pagar aos seus cidadãos
que aterram cá como sementes levadas pelo vento.
Volto a olhar pela vasta
janela e nem um só movimento faz com que os meus olhos se mexam.
Nem o voo tímido de uma ave
agita o meu olhar.
Nem o abanar do rabo de um
cachorro marca presença pelo alcance do meu aceno.
Nem uma presença humana
surge para trocar algumas palavras.
É a tranquilidade total para
quem quer descansar e preparar-se para mais uma semana, onde as temperaturas
negativas, andarão de braço dado com a entrega que me é pedida.
Mas como o dia ainda é uma
criança. No começo da tarde vamos conhecer a zona.
Bem perto daqui existe uma
universidade muito famosa cá na terra da Ângela.
Agitação, ambiente não deve
faltar.
É o local certo para um
pouco de adrenalina e deitar para trás das costas, as mazelas de uma semana. E
amenizar de alguma forma as saudades da família.
Um último olhar antes que o
almoço esteja pronto. Vejo dois carros rolando vagarosamente em direção à
igreja que fica a dois passos desta casa.
Como a missa foi bem cedo,
ainda sonhava com o sol de Portugal. Não vi a gente que agora se esconde nas
quatro paredes, praticar o culto que de gerações em gerações é passado, para
que as próximas caminhem de braço dado com a fé. Que move montanhas e nos
indica os caminhos certos em locais tão desertos.
A tarde está no fim. Percorri
trinta quilómetros para chegar à cidade Regensburg e verificar o que de belo
ela tem.
Um rio sem poluição, com os
barcos de recreio enormes, que levam as pessoas por vários quilómetros, rio
acima, admirando as paisagens de uma beleza sem fim.
Admirando as várias espécies
de aves que fazem deste rio o seu local de habitat.
Uma catedral de um encanto
maravilhoso. Onde a luz solar entra pelos vitrais, centenas deles, de um valor incalculável.
Uma zona histórica a
abarrotar de restaurantes e lojas de tudo o que se possa vender.
Pena o frio, de rachar. Que nos
trouxe rapidamente de volta para o quentinho do lar.
E aqui estou por entre o
café quentinho e um bolo delicioso que comprei precisamente a dois passos da
catedral que me impressionou.
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