domingo, 13 de janeiro de 2013

Frio neste Domingo



É domingo, bem longe de casa mas tão perto da natureza!
Natureza coberta por um manto branco, brindando-me com a sua pureza.
Que silencio, que paz!
Nada nem ninguém perturba este local. As pessoas refugiam-se em casa, aconchegadas ao calor das lareiras, bem visível pelo libertar do fumo branco que se liberta das chaminés pregadas aos telhados em V, claro ao contrário, para que a neve deslize e se estenda pelos jardins, agora branquinhos.
Olho pela janela espaçosa enquanto escrevo, ao mesmo tempo que tomo um cafezinho quentinho e nada vislumbro lá fora. A não ser o branco que tudo pinta!
Depois de umas férias festivas a deixar moleza que custou a despregar, voltei para outra terra, com outros colegas e como tal nova adaptação.
Respondi bem. Temos que ser duros, nesta fase onde o Inverno mostra as suas garras, ameaçando enregelar as articulações tão frágeis.
Penso na família deixada numa fase sem tempo para hesitações, porque o momento é de enorme reflexão.
A cada momento a angústia ronda este corpo ainda mole para toda esta agitação. De malas para cá, de malas para lá. Numa correria sem fim que se vai estender por este país, que se ri para os restantes da Europa de papo cheio de euros, para pagar aos seus cidadãos que aterram cá como sementes levadas pelo vento.
Volto a olhar pela vasta janela e nem um só movimento faz com que os meus olhos se mexam.
Nem o voo tímido de uma ave agita o meu olhar.
Nem o abanar do rabo de um cachorro marca presença pelo alcance do meu aceno.
Nem uma presença humana surge para trocar algumas palavras.
É a tranquilidade total para quem quer descansar e preparar-se para mais uma semana, onde as temperaturas negativas, andarão de braço dado com a entrega que me é pedida.
Mas como o dia ainda é uma criança. No começo da tarde vamos conhecer a zona.
Bem perto daqui existe uma universidade muito famosa cá na terra da Ângela.
Agitação, ambiente não deve faltar.
É o local certo para um pouco de adrenalina e deitar para trás das costas, as mazelas de uma semana. E amenizar de alguma forma as saudades da família.
Um último olhar antes que o almoço esteja pronto. Vejo dois carros rolando vagarosamente em direção à igreja que fica a dois passos desta casa.
Como a missa foi bem cedo, ainda sonhava com o sol de Portugal. Não vi a gente que agora se esconde nas quatro paredes, praticar o culto que de gerações em gerações é passado, para que as próximas caminhem de braço dado com a fé. Que move montanhas e nos indica os caminhos certos em locais tão desertos.
A tarde está no fim. Percorri trinta quilómetros para chegar à cidade Regensburg e verificar o que de belo ela tem.
Um rio sem poluição, com os barcos de recreio enormes, que levam as pessoas por vários quilómetros, rio acima, admirando as paisagens de uma beleza sem fim.
Admirando as várias espécies de aves que fazem deste rio o seu local de habitat.
Uma catedral de um encanto maravilhoso. Onde a luz solar entra pelos vitrais, centenas deles, de um valor incalculável.
Uma zona histórica a abarrotar de restaurantes e lojas de tudo o que se possa vender.
Pena o frio, de rachar. Que nos trouxe rapidamente de volta para o quentinho do lar.
E aqui estou por entre o café quentinho e um bolo delicioso que comprei precisamente a dois passos da catedral que me impressionou.



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