Tornei
a ter o mesmo sonho!
Um
sonho bem claro. Cheio de certezas quanto à resposta que nós simples cidadãos,
que tudo pagamos para alimentar a ânsia dos poderosos, em açambarcar a riqueza
que deveria ser distribuída por todos, mas só alguns. Os denominados rapinas,
besuntados de chantilly. Nascidos com um critério de vida que é vencer, o que
significa derrotar e liquidar os outros. E como tal sentem-se os predestinados!
Nesse
sonho, milhões que tudo pagam. Unem-se em volta de uma estonteante estrela.
E
deslumbrados pela sua intensidade, pelos raios afrodisíacos que lança de
encontro à imensidão de pessoas extasiadas. Sentem que chegou finalmente a hora
da solução que tenazmente procuram, para aliviar a permanente subjugação e escalpelização
aos poderosos. Que nasceram como qualquer um de nós, mas por uma conjugação de
factores obscuros e não muito transparentes, transportam a bandeira do poder,
bem na frente do pelotão submisso e curvado pela humilhação continua.
E
num chamamento tipo SMS, partem pelos quatro cantos do mundo, de encontro ao
destino programado.
Vieram
uns, de longínquas paragens, depositando uma fé inacreditável no rumo a seguir,
ganhando asas para voarem pelo céu infinito rumo ao encontro!
Outros, igualmente audazes navegam em milhares de canoas invisíveis pelos oceanos sem fim, rumo ao encontro!
Outros, igualmente audazes navegam em milhares de canoas invisíveis pelos oceanos sem fim, rumo ao encontro!
Finalmente
os menos destemidos, caminham por montes e vales, serras íngremes e florestas
encantadas, rumo ao encontro.
E
milhões. Vezes milhões! Dão vida ao paraíso terrestre indicado pela estrela que
passados dois mil anos, voltou a indicar o caminho para o encontro da distribuição
da riqueza humana, riqueza material e riqueza espiritual. Que é de todos e para
todos.
Onde necessariamente uns terão um pouco mais,
mas serão esses os mecenas. que do pouco mais que justamente foram
contemplados, pelo seu brilhantismo na capacidade de criar riqueza. Abriram o
caminho para que a riqueza abrace os restantes esfomeados pela ansiedade em
obterem o essencial da vida. A partilha do mesmo sol que, quando nasce é mesmo
para todos nós.
E
o encontro prolongou-se por dias a fio. Onde se repartiu o pouco que cada um
possuía, para saciar a necessidade de todos!
E
então, ao fim de várias noites onde a companhia das estrelas iluminava milhões
de rostos. A luz no cérebro desses milhões de esfomeados concluiu: Se vivemos
tão mal, porque carga de água o medo de morrer é tão grande?
E todos juntos, milhões de almas saciadas pela luz do acolhimento que os confortou das amarguras de uma vida cheia de chagas impossíveis de estancar. Regressaram comandados pelo estandarte da união terrestre e invadiram os corações da riqueza do planeta.
E todos juntos, milhões de almas saciadas pela luz do acolhimento que os confortou das amarguras de uma vida cheia de chagas impossíveis de estancar. Regressaram comandados pelo estandarte da união terrestre e invadiram os corações da riqueza do planeta.
Enfrentaram
e derrubaram barreiras de gás lacrimogéneo e balas que abatiam meia dúzia. Mas
logo dúzia e meia, se levantava para abafar os atiradores.
Enfrentaram feras raivosas com ou sem trela, dando o corpo ao manifesto. Elas rasgavam a carne de meia dúzia que tombavam no asfalto salpicado do sangue mártir. Mas logo se levantavam dúzia e meia, saciados com o sangue dos colegas caídos, para torturar as feras e os seus latidos.
Enfrentaram feras raivosas com ou sem trela, dando o corpo ao manifesto. Elas rasgavam a carne de meia dúzia que tombavam no asfalto salpicado do sangue mártir. Mas logo se levantavam dúzia e meia, saciados com o sangue dos colegas caídos, para torturar as feras e os seus latidos.
Os
poderosos senhores, vendo o seu infindável pecúlio poder cair nas mãos dos
agitadores esfomeados. Arremessaram a artilharia mais sofisticada que possuíam,
através de humanos fardados de viseiras e escudos. Aparelhados a fatos que
descarregavam volts a cada contacto com os iluminados, fazendo-os tombar como
pardais indefesos.
Comandados de dentro de um bunker
impenetrável, visionados por câmaras colocadas estrategicamente, que tudo
gravavam para mais tarde incriminar os líderes da insurreição.
Onde
a covardia era rei, numa força aparente que tudo derruba ao menor ruído de
agitação. E refugiada nos galões dos espiões que num leva e trás de
informações, faziam hora a hora, o ponto da imprevisível e audaciosa agitação!
Até
que……. Porra, onde é que estou!
Acordei
banhado em suor, pelos raios solares que invadiam o meu quarto. Como!
Abrindo
bem os olhos ainda inchados de uma noite agitada, tamanha a imensidão de
acontecimentos contidos no meu cérebro. Desoladamente entendi que o infindável
pecúlio dos banqueiros e dos seus comparsas e os amigos dos comparsas. Depositados
em paraísos fiscais sobre as águas calmas, das ilhas paradisíacas. Que tinham
sido esventrados pelo guiar da estrela densamente iluminada. E repartidos pelos
milhões de humanos, subjugados e escalpelizados, depois de uma luta titânica
derrubando mentes penosas, sistemas ditatoriais e governos poderosos e imperiais.
Afinal
não passou de um sonho impossível de ser realizado, onde a pura ilusão, não tem
espaço a desenvolver um sonho!
Ou
tem!!!!!
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