Comecei
por ser do Benfica, porque só ouvia falar em Eusébio!
Pouco o
vi jogar nos seus momentos áureos, porque ainda gatinhava pelo corredor que ia
de uma ponta a outra da casa.
Mas logo
que pelo meu apego ao Benfica, me apercebi da extraordinária capacidade de Eusébio,
para jogar e fundamentalmente marcar golos. Fiquei extasiado com este homem.
Enumerar
jogos deste homem, onde fazia a diferença no meio de uma equipa toda ela
servida por jogadores fabulosos. É cansativo, já que cada jogo é uma história
que ficou nos arquivos para servir de testemunho, aos jovens que tocam numa
bola e estão destinados a serem futebolistas.
Ele corria
como uma chita, na busca da presa (baliza), com tamanha arte e bravura que
forçosamente a presa teria que entrar pelas redes dentro.
Ele desafiava
os apostadores e obrigava a pensar duas vezes quando o Benfica e a
Selecção Nacional, pisavam qualquer relvado por esse mundo fora.
Ele era
operado aos malfadados joelhos vezes sem conta, como forma de curar as entradas
dos brutamontes adversários. que só assim o paravam rumo á baliza contrária.
E como
qualquer jogador, ganhar era o limite. E mais além era o golo sempre presente.
Valia o
seu peso em ouro!
Mas os
escudos que entravam no seu bolso eram secundários, já que o amor ao Benfica não
tinha preço. E muitas vezes teso, é que brotava as grandes jogadas.
Chorou
em pleno relvado, em ombros almofadados. Era a criança a brotar, quando tinha à
mão o brinquedo tão querido e deixou-o ir por água abaixo.
Venceu
tudo o que havia para vencer e só não mais amealhou, porque a Selecção não superou
as artimanhas inglesas para travar Eusébio e companhia.
Só me
mete nervos quando fala. Parece que está com a língua encravada.
Os humildes
são assim! Feitos de poucas prosas e fuga aos holofotes da ribalta.
Por isso
o mundo futebolístico o adora!
Ainda recentemente
foi-se abaixo das canetas e mergulhou uns dias prolongados num relvado, todo
branco.
Mas Eusébio
da Silva Ferreira é homem de sete vidas, como o foi das sete operações para por
os joelhos em forma.
O povo
amante da bola e não só, porque ele já faz parte da nossa história, rezou a bem
rezar para que recuperasse o mais rápido possível. E ele aí está aos setenta e
um anos rijo como uma rede onde só paravam as bolas, como misseis teleguiados.
Parabéns
grande Eusébio!
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