Sentei-me na janela e por magia, a chuva deu um ar da
sua graça!
Dois pinguinhos, meia dúzia deles e nesse calmo descer
do céu, levantou o pó que já manchava os trilhos por onde caminhava.
Estiquei as mãos
e senti a sensação húmida, de salpicos de frescura.
Levantei as pernas e as gotas miudinhas, acalmaram a
dureza dos músculos do sobe e desce diário.
Olhei os pés. Senti-os sorrir pela bondade em lhe
fazer chegar o relaxe pretendido, através da chuva, tão terna e saborosa.
Então recordei uma história!
Era uma vez uma menina que adorava o futebol.
Tipo Maria rapaz.
Só via uma bola e quando se juntava
aos amigos, naquele largo ainda em terra batida, fazia imensa questão de
colocar as amigas, a jogar futebol, também!
Umas não tinham o menor jeito. Outras passaram a ter.
E outras faziam-lhe o favor de jogar, o que para elas era uma seca.
A paixão pela bola era tal que em todos os intervalos
de 15 minutos das aulas, lá corria, juntamente com a turma feminina, para trás do
pavilhão de física jogar. Arrastando consigo assistentes curiosos e elas
começaram a ganhar gosto pelas palmas, pelos assobios e algumas passaram a
dedicar-se e a ver o futebol com outros olhos.
Hoje a cada taça conquistada pelo seu adorado clube, vem
para a rua gritar!
Utiliza o Face para comemorar, deixando no ar a
certeza de alguém a querer conhecer. Claro, sem ela sequer perceber!
Sem futebol para ela, é como os bebés sem chucha!
Vive o jogo intensamente, apesar de se portar
elegantemente, dentro do estádio colorido de azul e branco.
O futebol entrou em férias e ela perdeu um pouco da
adrenalina, deixou-se levar pelos contos de um artista e ria-se das ilusões por
ele descritas.
E tudo começou ainda garotinha, pela mão do papá Zé!
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