Refresco o cérebro para brotarem as ideias.
São imensas horas debaixo de uma luminosidade
desesperante, calcando o deserto de alumínio, que queima como as brasas,
esperando pelas sardinhas assadas.
É a vida. Ou melhor, fazendo pela vida!
E ainda bem.
Foda-se para o país que tenho!
Governado pelos discípulos do Cavaquismo,
surgido no tempo das vacas gordas, a abarrotar de tetas inchadas de euros.
E hoje que as vacas secaram as tetas e nem para
chupar uns cêntimos servem. Governam-nos num duo tipo musical pimba e dão-nos
musica, mesmo que desliguemos a ficha.
Foda-se para eles, políticos de canudo nas
universidades dos ricos.
Estou noutra: longe de os ouvir.
Longe de me irritar com o descaramento das afirmações
irreais que proferem quando se aproxima um microfone.
Longe de lhes ver o rosto, numa espécie de
cara de pau, gozando com a miséria e fome que se vai estalando pelo país fora.
Longe de saber quem se demite, ou quem é
doutor quase por correspondência.
Vou regressar por uns dias!
Não para lhes dar bola, mas para admirar o
que o nosso país me oferece. E que eu ainda não há muito tempo, relegava devido
ao desânimo que esses jotinhas de colarinho branco fizeram ao meu país.
Vou curtir a Natureza porque ganhei uns euros
e, vai ser uma beleza.
Vou mergulhar no mar que me baloiçou ainda os
meus olhinhos se fechavam para o mundo que me acolhia.
Vou abraçar a minha gente. Que saudades, muitas
saudades!
Até dos amigos tenho e do cãozinho do
vizinho.
Só não quero que me falei da crise!
Fugi dela e não quero, nem por meia dúzia de
dias, ouvir falar novamente desse monstro, que habita no lar de milhões de
portugueses e é como a peste. De lá não quer desopilar.
Até lá são mais umas imensas horas de calor!
Quando se corre por gosto, não cansa.
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