Voltaram as nuvens e o sol vê-se negro para
abrir espaço e soltar uns tímidos raios.
São nuvens cinzentas, que se instalam não muito
longe da minha vista e tiram o colorido luminoso ao dia. Obrigando a que a chuva,
surja e encharque a minha boa disposição.
Depois de um início de Domingo, a abarrotar
de festejos, porque a data era marcante para mim. Juntei a malta que convive
comigo (infelizmente a que me diz muito, está bem longe para festejos e
lembranças de datas marcantes). E passamos umas horas repletas de alegria, o
que acontece sempre que surge o fim-de-semana. Mas este como era especial,
elevou os festejos e originou:
Desabafos. Que só surgem quando as garrafas
se amontoam, o calor também era de abafar.
Confissões. Umas atrás das outras quando se
bebe por beber. Confessa-se o que não se deve.
Segredos
nunca antes partilhados. Quando os olhos teimam em se fechar e já é necessário abraçar
para ninguém cair para o lado. E lá surgem segredos, que deviam seguir até ao
fim da vida, de quem os murmura.
E como festa é festa, nada melhor que
terminar com um banho magnífico, quando o dia raiava.
Num lago
extenso de perder de vista. Nem o Felps, se atrevia a aventurar-se de uma
margem para a outra.
A água, que loucura! Estava tão deliciosa que
estar dentro dela era o aconchego aos arrepios da manhã que sempre carrega uma
brisa de agasalhar.
Ao longe sentia-se uns raios malandros,
anunciando a mudança do clima que hoje se constata, e não tardou a uns
chuviscos, de meia dúzia de minutos. Que ao tocar a água, transformavam-se em
salpicos estonteantes, formando linhas horizontais, que proporcionavam ao lago
um espectáculo só presenciado.
O lago era nosso! Aquela imensidão de água de
perder de vista, estava por nossa conta.
Que liberdade! Que sensação de paz!
Voltei para umas horas de sono.
Mais tarde
o calor era brutal e voltar ao lago nem pensar. As margens encheram-se de
enormes sombras humanas, que sedentas de frescura, procuraram o que horas antes
nós, eramos donos e senhores.
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