Eles chegam nesta época e são o meu tormento
Quando a noite cai entram pelo meu corpo como
furacões enraivecidos e mordem-me como se fossem cães raivosos.
Malditos mosquitos!
Enfiam aquele bico tipo nariz Pinóquio e
empolam como bolas de árvore de natal, a parte do meu corpo onde saciaram a fome
e encheram aquelas panças do meu sangue.
Já não basta derrama-lo pelas horas seguidas
nas correrias da azáfama laboral. E agora surgem este bando de asas voadoras, a
arreliar-me seriamente.
É um zummm catastrófico pelas partes do meu
corpo onde o vestuário não resguarda.
Uma, duas, cinco… perco-lhe a conta ás
picadas que me entranham até ao sangue. Sugam-no até virarem bolotas e de tão
pesados, deixam-se cair numa espécie de coma alcoólico e por lá ficam até que o
dia nasça.
Mas se fosse só um eu dava-lhe caça!
Bem tento estar quietinho para o apanhar e
num juntar de mãos. Pum, que estilhaço. Que satisfação. Lá se vai o insecto
para as catacumbas do chão que diariamente piso.
Dura breves segundos e logo surge outro. Deve
ser irmão, o som é igual. Emerge como um bombardeiro pronto para encher a bandulho
e vingar-se do parceiro.
Nem chega a poisar, leva semelhante estalo
que fica colado aos dedos, como lacre das cartas dos amantes.
A minha luta com estes odiosos bichos é inglória.
Já me coço como cão a afastar as pulgas.
Estou um desastre é hematomas avermelhados,
mais parecendo cerejas desde os pés à cabeça.
Mas não desisto e fico á cata de mais um!
Ele surge, enorme, deve ser o patriarca do
bando que me tem azucrinado os miolos.
Tento apanha-lo. Ele escapa-se antes que
chegue perto.
É a caça do gato e do rato.
Lá está o cabrão a rondar o meu PC.
Passa bem perto do meu nariz inchado das
mordeduras recentes.
Eu inspiro desesperado para o sugar e
incinera-lo de uma vez só.
Nada resulta e só o vejo a atravessar
velozmente o ecrã do PC, como macacos saltando de ramo em ramo.
Nisto já cansado de tanto bater palmas e de
tanta coçadela. Dou com o desgraçado, parado em frente aos meus olhos!
É agora rio-me eu!
Já não te podes escapulir ó melga.
Que consolo me vai dar rebentar-te aos
bocadinhos.
Vou-te colar ao ecrã e deixar-te secar como troféu pela minha tenacidade.
Aproximo a mão e o camelo não se mexe.
Mais um pouco para ver se ele tem o já conhecido rapidíssimo movimento de fuga. Nada!
Mais um pouco para ver se ele tem o já conhecido rapidíssimo movimento de fuga. Nada!
Não dá luta. Desisto!
A melga, não se mexe e continua ali especada,
sem eu sequer perceber o que pretende.
Vai-te embora ó melga, antes que te espatife
toda!
Sou um coração mole, tirei-lhe uma foto e
fui-me deitar vergado ás picadelas que já viravam feridas, de tanto coçar.
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