Cheguei, abracei quem me ofereceu um sorriso.
Já a noite escondia as malas carregadas de vestígios longínquos.
Sorriso de família com o garoto entalado na emoção
de me ver, comprimido na inquietação das voltas que a vida dá. Ainda nada
refeito do trambolhão emocional bem visível, que nos balança na barafunda diária.
Deitei-me com a noite, a refrear-me da emoção.
Por momentos tao intensos como a vontade em
acalmar o apetite.
Longas horas estagnado para regressar num voo
que sempre dele fujo, imaginando desintegrar-me, mas respirando fundo. Quando
estaciona perto do tapete rolante que me devolve ao destino.
Com as imagens tão vivas de horas antes ainda
sentia, as despedidas do trabalho doloroso, que ficava para trás. Envolvido no
pó de quem o levanta antes de regressar com um olho a fechar a volta e o outro
a lembrar que a vida dá imensas voltas.
Acordei com a chuva a molhar-me a alegria.
Depois de estender-me ao comprido numa cama
que não me expulsava, ainda a noite cobria o silêncio dos inocentes.
Mas não ouvi o chilrear das aves. Só a morrinha
desta chuva que substituiu o sol, que pensava eu de tão imenso e ardente,
entrava pelas portas de Portugal a dentro.
Mas com ela ou sem ela, corri abrigado num
anorak amarelado. Para sentir quem de tão longe me acenava com lenços de tantas
cores que se transformaram por pura magia. Na beleza daquele instante.
Adorei o nosso abraço.
Demorado e acompanhado pelas palavras fascinantes sussurradas ao ouvido.
Adorei os minutos
seguintes.
Vou
terminar o dia, embalado pela magia!
Ainda a viver a alegria de voltar. Sem horários
ou partidas sistemáticas, para o trabalho e só trabalho.
Vou sorrir enquanto ele me desperta o dia,
porque sorrir alivia as rugas que se querem alojar como marcas infinitas, dos
trilhos espinhosos que se atravessam no meu caminho.
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