Um misto de alegria e inquietação.
Vou-me embora, vou partir para o meu país!
Mais cedo do que esperava.
Seriam meia dúzia de dias, um pé lá e logo
outro cá. Mas constrangimentos de ordem laboral levam-me (levam-nos), numas
férias forçadas, já que o trabalho está estático.
Serão dias, semanas. Nada sei, nada dizem!
Num embuste embalado pela incerteza, mas com a certeza de que aconteça o que
acontecer. Será sempre árduo o meu caminho.
Vai ser um alívio na dor física de dias e
dias dorido.
Vai ser um alívio na dor longínqua da
saudade, não só de pessoas. Mas de locais e recordações.
Vou sentir bem fundo o que mudei!
O que estes longos meses me alteraram.
Primeiro nada será como dantes!
A geração partiu-se em bocados como um jarrão
valioso, caído do cimo do móvel da entrada.
São cacos fragmentados impossíveis de todos
serem recuperados, já que se dividiram em minúsculos bocados.
Alguns infiltraram-se nas frinchas do
pavimento flutuante e invernaram infinitamente nos minúsculos orifícios, sem
que a vista lhes possa pôr em cima.
As alegrias de momentos felizes são efémeros.
Vivi-os intensamente, num misto de excesso pela certeza, que o tempo se
encarrega de os devolver á proveniência.
Mas o meu sangue salpica de desejo e leva-me
a doar o meu saber e estou a preparar-me para atiçar a adrenalina. E abraçar
quem me olha com carinho.
Volto para junto do mar!
Que devolve o que pensamos ser nosso, mas
como tem todo o tempo do mundo, procura as melhores marés para recuperar o que
lhe pertence.
Mas nunca leva as recordações. Só se me
afogar nas ondas que sempre penso tranquilas, quando lá mergulho.
Volto para junto do mesmo!
Até que me canse, mesmo mudando os lençóis,
sinta o corpo mortalhado num perfume nada agradável e desespere de acordar.
A certeza que tenho é que, necessito de
descansar e recuperar o corpo martirizado pelo dia-a-dia.
Depois disso irei por as ideias em dia e
aguardar pelas novas oportunidades. Sejam elas novas, ou regressar de onde há
pouco regressei. Porque nem tudo o que luz é ouro!
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