Semana duríssima que ainda há pouquinho
terminou.
Hoje é o descanso merecido e aguardar que
nova semana se aproxime, para devanear com o correr dos dias e pensar no Natal
que de certeza, irá alegrar este coração encolhido.
Chuva constante a enlamear o chão que temos
que erguer.
Frio
sistemático, vindo de todos os lados e infiltrando-se nos poros que tentam
respirar fora de um leque de roupa, que de pouco serve para aliviar este frio
vindo dos Alpes malditos.
Neve!
Cada vez que desce a temperatura e lá se vai o que protege as mãos, fazendo dos
dedos agulhas que se mutilam entre si, levando-me ao desespero até que o calor
do contentor, me devolva de novo a corrente sanguínea.
E uns
raios de sol extemporâneos.
Inspirados como se o ar ameaçasse faltar a
qualquer momento, para aquecer a vontade em continuar.
Mas foi uma semana de elogiar, quem por aqui
na Áustria nos comanda!
Por duas vezes fomos brindados com umas
salsichas quentinhas que deram um aconchego ao estômago e aqueceram o corpo
farto de sandes de porco fatiado.
Café a qualquer hora, dentro das pausas que
nos concedem com vontade. Quentinho desde o nascer do dia
Na Sexta-feira, foi o Carnaval por estas
bandas e no meio do nada. Por entre as escoras hirtas segurando as ramadas que
suportam a laje, surgiu o encarregado austríaco, vestido de palhaço, com quatro
caixas de bolas de Berlim na mão!
Ficamos boquiabertos!
Com a bondade do homem e com a coragem de se
vestir com aquele adorno. E logo ele que pesa quase cento e cinquenta quilos.
Um momento inolvidável com as fotos para a posteridade.
Fazendo esquecer as horas antes de uma chuva constante, que nos deixou
ensopados até aos ossos. E como agradecimento por belo gesto, trabalhamos para
lá da hora do almoço, (já tínhamos estado no quentinho, muito depois do tempo
da pausa), aproveitando as tréguas de uma chuva que só reapareceu com o final
do dia.
Pessoas extraordinárias!
Pessoas com uma cultura e uma sensibilidade fora
do comum.
Pessoas que pouco tem mais do que nós. A não ser
a bondade de expressar o nosso apego profissional e muito oferecem, comparando
com alguns” Inhaques”, que me tenho cruzado neste longo e delicado caminho.
É a vida. Cada um tem aquilo que merece!
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