Domingo chuvoso e frio. Nada agradável para
sair para qualquer destino.
Mesmo a Natureza, tem os seus dias tristes.
Os seus
dias enfadonhos.
Nem os pobres animais escapam. Refugiam-se
nas suas tocas embrulhados nas crias ainda de olhos serrados, esperando
melhores dias.
Eu embrulho-me no meu retiro.
Hoje estou como o tempo!
Olho a janela embaciada e conto as árvores já
despidas das folhas que lhe davam a beleza, alimentadas pelo sol que ficou contido
para lá das enormes montanhas dos Alpes. Cobertas de um branco puro, sem vestígios
de nenhum ser vivo.
Hoje sinto que ninguém me quer falar. Ninguém
quer nada comigo!
E é Domingo!
Hoje sinto! Todos distantes e enrolados nas
mantas do choro contido, que em longos dias como este, afagam as tristezas de
uma vida.
Hoje sinto! Todos na esperança de melhores
dias, já esperando o Natal para aquecerem corações feridos.
Hoje sinto-me, melancólico e sozinho!
Mas também sinto! Um orgulho ferido, de quem
se envolve em mimo. Arranhando as unhas pintadas de fresco no couro, já
gasto da alcofa matizada de nódoas evidentes, de lágrimas rebeldes que se
soltam como o vento.
Hoje, para fugir ao marasmo do dia. Vou
almoçar ao restaurante caseiro e lançar umas piadas (mesmo sem jeito) e passar
pelas brasas. Esperando que pelo cair da noite haja uma alegria. Porque também
de futebol se faz um dia.
Saboreando chocolate austríaco com imagens de
pessoas famosos, que também tinham os seus solitários dias.
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