sábado, 24 de julho de 2010
A Morte é uma Ponte para o Nascimento!
A morte é uma ponte para o nascimento!
Chorai-a, mas tentem sentir o florir do que dela vai nascer.
Eu estive muitos anos sem perder ninguém desse modo e como tal não dava importância à perda. À separação abrupta, que de um momento para o outro nos bate à porta e entra com passos audíveis sem ser convidada a entrar.
Assim andei sem olhar bem no rosto daqueles que lhes viram fugir o elo de uma ligação. Que segurava as pontas da ponte onde a segurança em atravessar era só sorrisos infinitos. E que os fechou na redoma do sofrimento constante, teimando em viver nessa desconfortável perda.
E em pouquíssimo tempo, olhando ao tempo que mencionei, perdi 3 amigos bem chegados daqueles que nos levam um pouco.
Vi-os partir fechando os olhos para o fim das suas vidas. Depois de dias e dias presos ao milagre que não apareceu, já que nem o milagre os salvava.
Uns, a poucos momentos de se fechar o mundo para eles. Outros anunciando a travessia da ponte para o dia seguinte já esperando a sua vez, numa fila interminável para alcançar o outro lado. E senti a perda acompanhada pelo choro que me percorreu o rosto e inundou a alma.
Mas muito deles ficou!
Ficou uma vida desde que gatinhava e ganhei asas para voar pelas estradas da vida.
Numa intimidade irmã que acudia para tapar os fogos de uma juventude que levava os poucos haveres pontuais.
Ficou uma vida de constituir um lar, com a experiência e conselhos de quem por lá passou. Com amizade pura de uma ligação que glorificou, logo que os olhos se cruzaram.
Ficou uma vida de muitos anos a vê-lo crescer e amadurecer, construindo os alicerces do lar infelizmente sem terminar o hall de entrada, para que os descendentes inocentes da perda, pudessem abrir as portas de par em par ao pai que tanto batalhou para que o sol despontasse aqueles olhos tão azuis, de putos tão puros e irrequietos.
Hoje floresce o que deles brotou! Dando-me o suporte para meditar e alcançar o que nasce depois de eles atravessarem a ponte e aí a qualquer esquina, a qualquer local que nos cruzamos, a qualquer poiso onde nos confessamos. Sinto abertamente sem ajuda de influências de qualquer espécie, que a morte é uma ponte para o nascimento!
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