terça-feira, 3 de abril de 2012

A Janela sem Ti


Procurei a janela para me dar a visão que me tem presenteado ultimamente. Mas desta vez tudo foi em vão.
A cama foi feita, mas a tua presença nem vê-la.
Onde andarás?
A tua falta é sentida, como o alimento tão necessário. Sinto-me um bebé, que chora constantemente, a pedir uns braços, para um colo carinhoso e um embalo amoroso. Que dure, que dure, minutos apertados. Horas apaixonadas. E dias loucos sem fim.
Por isso fico estático com a janela em frente, olhando o vazio sem movimento. 
Nos cem metros que te vi, raiando beleza que se mantém inalterável, porque nada ofusca o que a natureza brindou. Agora é um espaço em branco e mesmo que o aproxime da minha visão, o branco é mais branco. Só me entram recordações, que não bastam para colmatar as sensações que me invadem.  
Sei que andas por aí. Sei que poderás estar a passar pelo mesmo e necessites que eu apareça, como tem sido constante, ao longo dos nossos pensamentos.  
Existem dias assim. Ocos, sem chama. Ou são apenas momentos sem ti!
O dia está ofuscado pela ameaça da chuva que poderá cair no que resta da tarde.
O sol escondeu-se por trás das nuvens ao longe, que se mostram carregadas. Não dos recentes incêndios que mancharam a beleza desta terra. Isso felizmente já é passado, mas com marcas vincadas que levarão tempo a sarar. E enquanto a natureza não repõem a beleza da paisagem, tudo será lembrado.
 Mas carregadas de incertezas quanto à beleza, que nós sabemos e acreditamos que voltará a ser como dantes.
    Por isso sem o sol que brilhava os nossos corações, o dia reveste-se de um apagamento cinzento, esperando melhores dias para incendiar a madeira dos nossos sentimentos.


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