Procurei
a janela para me dar a visão que me tem presenteado ultimamente. Mas desta vez
tudo foi em vão.
A cama
foi feita, mas a tua presença nem vê-la.
Onde andarás?
A tua
falta é sentida, como o alimento tão necessário. Sinto-me um bebé, que chora
constantemente, a pedir uns braços, para um colo carinhoso e um embalo amoroso.
Que dure, que dure, minutos apertados. Horas apaixonadas. E dias loucos sem
fim.
Por isso
fico estático com a janela em frente, olhando o vazio sem movimento.
Nos cem
metros que te vi, raiando beleza que se mantém inalterável, porque nada ofusca
o que a natureza brindou. Agora é um espaço em branco e mesmo que o aproxime da
minha visão, o branco é mais branco. Só me entram recordações, que não bastam
para colmatar as sensações que me invadem.
Sei que
andas por aí. Sei que poderás estar a passar pelo mesmo e necessites que eu
apareça, como tem sido constante, ao longo dos nossos pensamentos.
Existem
dias assim. Ocos, sem chama. Ou são apenas momentos sem ti!
O dia
está ofuscado pela ameaça da chuva que poderá cair no que resta da tarde.
O sol
escondeu-se por trás das nuvens ao longe, que se mostram carregadas. Não dos
recentes incêndios que mancharam a beleza desta terra. Isso felizmente já é passado,
mas com marcas vincadas que levarão tempo a sarar. E enquanto a natureza não repõem
a beleza da paisagem, tudo será lembrado.
Mas carregadas de incertezas quanto à beleza,
que nós sabemos e acreditamos que voltará a ser como dantes.
Por isso
sem o sol que brilhava os nossos corações, o dia reveste-se de um apagamento
cinzento, esperando melhores dias para incendiar a madeira dos nossos
sentimentos.
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