O futebol terminou e deixou de aquecer
as nossas ilusões, depois da caminhada da selecção. Deixando o país a sonhar
com a final, que não esteve assim tão longe. E agora que findou, ficamos com a
sensação que virada a Espanha, seriamos nós os campeões.
E com o futebol "de vela",
logo o país voltou á rotina caseira e ainda os cartazes futebolísticos não
foram retirados das esplanadas, já todos se manifestam pelas ruas de Lisboa em
direcção à Assembleia da Republica, na busca de recuperarem o que este governo,
num simples toque de telefone, lhes tirou da mão num abrir e fechar de olhos.
São as greves anunciadas a marcarem a
agenda diária.
Greves de quem tem ainda poder
económico para abalarem com as boleias bem pagas, dos portugueses, em trânsito
para o seu sustento.
São os despedimentos, numa simples
mensagem de sms, tão fria, que bloqueia momentaneamente o cérebro de quem
tantos anos a fio, fez daquela empresa a sua segunda casa como abrigo.
São os aumentos dos bens que nos dão
luz e nos afastam das trevas roubalheiras. E do gás, que nos fazem as refeições,
arrastando ainda mais a penúria de uma boa parte de todos nós.
Os nossos ministros, ou não têm
a noção de como o povo vive. Ou tentam mostrar-se em bons samaritanos,
dirigindo-se à boca do povo, nas manifestações até agora preparadas, para irem
de encontro ao ministro que se apresta para chegar às inaugurações, mostrando
que o país marcha ainda assim de encontro ao desenvolvimento. Tentando explicar
o inexplicável.
Como se pode explicar algo:
A quem perdeu o emprego.
A quem assiste dia-a-dia ao buracão do
BPN , feito por ex ministros.
Como se pode explicar, os políticos
acusados de corrupção e ilibados por prescrição.
Como se pode explicar, negócios de
submarinos, num país à deriva.
Pior irá ser as manifestações aí à
porta, momentâneas. Feitas num folgo desesperado, com bandeiras pelo ar
desgarradas e pessoas em desespero de causa, esticarem-se ao comprido nos
carros oficiais, interrompendo a sua marcha, para gáudio das televisões
famintas de encontrões. Entre quem nos governa e quem se deixou vencer pelos
sucessivos desgovernos.
Enfim, a partir de agora vai haver
seguranças a toda a hora por onde um ministro passe.
E aconselho a não se chegarem ao povo!
Sem comentários:
Enviar um comentário