segunda-feira, 9 de julho de 2012

O Zé está na Feira do Livro




Ali estava o Zé!
Em frente ao stand "Ler é Saber", esperando pelos conhecidos, pelos amigos, pelos curiosos da leitura que pudessem comprar o seu livro, ou trocar umas palavras. Fosse desta vida um pouco madrasta para a maioria, fosse de si e do seu livro, que no fundo era o que o retinha ali, num final de tarde de Domingo.
Está volumoso o Zé!
Barba a dar nas vistas, já salpicada de brancas, são as marcas da vida e dos anos na casa dos quarenta.
É a barriga saliente, de muito acomodada na cadeira da escrita e se não fosse os putos a obrigarem-no a algumas correrias, tínhamos o ZÉ, mais quadradinho do que é.
Bom bronze, não sei se é das idas à praia, se do sol que apanha lá na sua casa, rodeada de pinhal e com terraço, virado para o sol. Que lhe faculta a luz natural, para lhe iluminar as ideias, em poemas, que se transformam na sua vida rotineira.
Vestido de negro, a fase que atravessa assim o exige. Mas não só , faz parte dele as cores mais escuras, vincando a sua personalidade.
Foi assim que encontrei o Zé!
Trocamos algumas palavras banais.
O conteúdo do livro, debruçado em alguns factos reais e um pouco da sua vida actual, junto dos putos que treina e dos putos que enfrenta no ensino.
A dado momento aparece o seu filho e meio escondido no corpo do pai (o que não é difícil), houve por momentos as balelas que trocamos.
Passo-lhe a mão pela cabeça e ele num sorriso, meio escondido, espera que lhe diga o que quer ouvir: - vai lá buscar uma caneta para o teu pai escrever algo no livro, que vou comprar para o meu filho.
Comprei o livro com muito gosto.
Dum filho de Barcelos, não muito amado pelas gentes da cultura, que pouco valorizam, quem é da terra. Senti a dado momento numa espécie de desabafo pelo Zé, sem baixar os braços.
Não sei o que se passou, porque quem anda à chuva molha-se, mas o que temos cá de bom é sempre louvável apoiar.
E logo alguém como o Zé, sempre pronto a sentar-se no meio das crianças, falando-lhe do que escreve nos seus livros e contando-lhes histórias, quando ele era da idade deles (e tantas que tem para contar). Deixando nas cabecinhas dos putos, ideias a ganhar forma para n'um, quando for grande, quero escrever histórias de encantar, para embalar os meninos sem lar.










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