domingo, 1 de julho de 2012

O Sofá Branco de encosto Alto





Hoje, a tarde está fresca e os meus sentimentos estão calmos.
Numa calma purificada por anos já marcados e tatuados num corpo faminto de impulsos eléctricos, demonstrados nesta música dos Pearl Jam – Black.
Por isso, não estou contigo bem juntinho neste sofá branco, de encosto alto.
Mas as recordações ao som da música, depois de virar o disco. Como” Nights In White Satin” dos The Moody Blues, são tão nítidas que se esbatem pela sala fora e sem uma palavra que a boca possa transmitir, trocaríamos milhentas delas, através dos nossos corações, encostados neste abraço tão enroscado.
Estaríamos juntinhos, mas tão juntinhos. Que mais parecíamos siameses, e embora querendo falar, não conseguiríamos. Porque os nossos corpos falariam por nós.
Falaríamos através de impulsos solenes que são enviados do teu coração e como estamos tão unidos, entravam automaticamente pelo meu corpo, alojando-se no meu órgão que bombeia o sangue cheio de vida dada por ti, enroscadinha a mim.
Os minutos passavam, como a tarde se vai e nós continuaríamos unidos neste cenário cheio de calma, onde o amor manda e mexe os cordelinhos.
Não queríamos fazer amor, queríamos o nosso amor!
Esse amor que nos invade como arco-íris que rasgam a atmosfera sombria, dando-lhe traços mágicos de luz e fantasia.
 Estenderíamos os lábios, colando-os. Mas sem deixarmos de nos olhar fixamente.  Porque desejos não se barricam. E nos olhos fixos de um para o outro, deixaríamos que eles falem por nós. E chegassem ao coração de cada um, misturando-se com o sangue, atenuando os seus batimentos, que vão recuperando a normalidade enquanto nos embalam num sono puro e relaxante.





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