Hoje, a tarde está fresca e os meus
sentimentos estão calmos.
Numa calma
purificada por anos já marcados e tatuados num corpo faminto de impulsos
eléctricos, demonstrados nesta música dos Pearl Jam – Black.
Por isso, não estou contigo bem juntinho
neste sofá branco, de encosto alto.
Mas as recordações ao som
da música, depois de virar o disco. Como” Nights In White Satin” dos The Moody
Blues, são tão nítidas que se esbatem pela sala fora e sem uma palavra que a
boca possa transmitir, trocaríamos milhentas delas, através dos nossos
corações, encostados neste abraço tão enroscado.
Estaríamos juntinhos, mas tão juntinhos. Que
mais parecíamos siameses, e embora querendo falar, não conseguiríamos. Porque
os nossos corpos falariam por nós.
Falaríamos através de impulsos solenes que
são enviados do teu coração e como estamos tão unidos, entravam automaticamente
pelo meu corpo, alojando-se no meu órgão que bombeia o sangue cheio de vida
dada por ti, enroscadinha a mim.
Os minutos passavam, como a tarde se vai e
nós continuaríamos unidos neste cenário cheio de calma, onde o amor manda e
mexe os cordelinhos.
Não queríamos fazer amor, queríamos o nosso
amor!
Esse amor que nos invade como arco-íris que
rasgam a atmosfera sombria, dando-lhe traços mágicos de luz e fantasia.
Estenderíamos os lábios, colando-os.
Mas sem deixarmos de nos olhar fixamente. Porque desejos não se barricam.
E nos olhos fixos de um para o outro, deixaríamos que eles falem por nós. E
chegassem ao coração de cada um, misturando-se com o sangue, atenuando os seus
batimentos, que vão recuperando a normalidade enquanto nos embalam num sono
puro e relaxante.
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