A dor da morte é terrível!
É a escuridão a aproximar-se, para nos cobrir
no último suspiro e enviar-nos a alma, para o vazio.
Uma dor longa, demolidora. Desbaratando o
organismo e flagelando o nosso aspecto.
Há dor maldita!
Que te
alimentas dos pobres desgraçados. Sem unhas para cravar nos troncos salvadores,
para não caírem nas tuas garras, já em posição de trespassar o corpo mortalhado.
Porque existes ó dor?
Para que viestes enfeitar este mundo?
Porque te transformas numa morte dolorosa?
Tens um prazer diabólico em levares
completamente desfigurado, a beleza ainda recente: De mulheres apaixonadas. De filhos
felizes sentindo-se amparados. E de familiares com prazer em ter a tua visita
ao pé da porta.
A dor por vezes é madrasta demais.
Confere-nos um cenário macabro de fragilidade intensa.
Lutamos para que ela deixe de nos atormentar
e vá procurar descarregar a sua raiva noutro lugar, bem longe. Mas mesmo bem
longe da nossa vista. E nunca mais nos corroía a paciência.
É fugir de nos encontrarmos no meio da sua
fúria. Não à milagreiro que nos salve de um desaparecimento prematuro.
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