Arrisquei espreitar o poço,
onde emergia uma carinhosa frescura.
O entusiasmo era enorme e
numa carambola, mergulhei na solidão moribunda!
Não tinha escada, nem uma
simples corda que me desse a luz do dia.
Cravei as unhas nas pedras
incrustadas de musgo e retalhei o corpo a cada segundo!
Demorei uma eternidade a ver
os raios solares a indicarem-me a saída.
A dor violava a minha alma!
E dou com a alegria de
sentir o vento a elevar-me o cabelo.
Sol de pouca dura!
Uma sombra abafou a entrada e uma bota enorme,
enfia-me de novo na solidão moribunda.
Não desisto e esgravato
ainda mais o corpo já retalhado, como Cristo, a caminho da cruz.
O tempo alonga-se como a desilusão
de amar. E como já tenho o caminho traçado, pela queda das unhas cravejadas nas
pedras escorregadias.
Sigo esse trilho, com o coração
servindo de almofada para confortar a alma já depenada.
Por fim chego ao cimo. Sem
antes acautelar o fatalismo.
Irei continuar a espreitar a
frescura, para sentir de novo o entusiasmo dos carinhos, sem necessitar de
mergulhar na solidão moribunda.
Sem comentários:
Enviar um comentário