quarta-feira, 26 de junho de 2013

Arrisquei Espreitar



Arrisquei espreitar o poço, onde emergia uma carinhosa frescura.
O entusiasmo era enorme e numa carambola, mergulhei na solidão moribunda!
Não tinha escada, nem uma simples corda que me desse a luz do dia.
Cravei as unhas nas pedras incrustadas de musgo e retalhei o corpo a cada segundo!
Demorei uma eternidade a ver os raios solares a indicarem-me a saída.
A dor violava a minha alma!
E dou com a alegria de sentir o vento a elevar-me o cabelo.
Sol de pouca dura!
 Uma sombra abafou a entrada e uma bota enorme, enfia-me de novo na solidão moribunda.
Não desisto e esgravato ainda mais o corpo já retalhado, como Cristo, a caminho da cruz.
O tempo alonga-se como a desilusão de amar. E como já tenho o caminho traçado, pela queda das unhas cravejadas nas pedras escorregadias.
Sigo esse trilho, com o coração servindo de almofada para confortar a alma já depenada.
Por fim chego ao cimo. Sem antes acautelar o fatalismo.
Irei continuar a espreitar a frescura, para sentir de novo o entusiasmo dos carinhos, sem necessitar de mergulhar na solidão moribunda.
    




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