sábado, 1 de junho de 2013

Dava-lhe o Everest



O momento chegou e estar perto de ti, foi o soltar as amarras de uns longos dias, que se assemelhavam ao passo do caracol.
Logo que entrei nem tempo tive para vislumbrar onde estavas, porque logo a empregada se dirigiu a mim.
-Calma menina ainda mal entrei já me calca os calcanhares!
-Que mesa prefere, soltou ela de uma só vez!
-Nenhuma! Estou à espera de alguém. Espreitando por cima da empregada e descobrindo-te lá no canto.
-Há, ali está a minha companhia.
-Mas senhor essa menina está à espera de alguém!
-Que sorte a dela, tem logo dois para se divertir toda a tarde!
-Há então é o senhor?
-Pois minha santa!
- Traga um café bem quente e verá quem ela espera. É tão boa menina, é isso que me trás cá, procurar boas meninas! 
-Vá lá, não a faça perder mais tempo, que ela já lá está à muito tempo e já vai em três cafés. Disse por fim a empregada escolhida a dedo,
já que a crise obriga a esforçada ginástica para cativar clientes.
Enquanto me aproximava da mesa, virada para o jardim. Levava um olhar pasmado, como se já não a tivesse visto.
Sim, via logo que entrei apesar do belo decote da empregada. De fazer saltar a vista.
 A curiosidade era enorme e logo que me sentei, dei um sorriso de satisfação. Olhos nos olhos, sorriso aberto.
-Eh, então és tu, a mulher que me fazia sonhar constantemente e aqui estou perante o sonho de te ver e da mulher que idealizava incessantemente.
-Exactamente! Sou a estrela que se estende de uma ponta a outra no céu. Sempre na esperança que essa estrela seja tão brilhante que te cegue com a sua luz...
Esticas o braço e a estrela é inalcançável. Mas procuras, teimas. Porque queres uma estrela?
-Para iluminar o meu caminho! 
Acabei por dizer um pouco atordoado, com esta sequência de luz estrelar que quase me pasmou.
Ela apercebeu-se do meu abanão e voltou à carga.
-Para iluminar o teu caminho até onde?
Precisava de um tempo e nada melhor que: traga mais um café menina!
-Boa! Pede também para mim. E assim aproveitas para apreciares melhor o decote da garota!
Não tenho hipóteses! Esta mulher é demais. Supera todas as expectativas criadas em torno dela.
-Até o caminho se perder de vista!
Acabei por responder esticando-me um pouco para trás, fugindo ao olhar penetrante à longo tempo pousado em mim.
-Um caminho a perder de vista é longo. A menos que haja uma curva bem perto!
O café fez uma pausa, neste dialogo diabólico.
As horas avançam, o clima é lindo!
 Os olhos dela tornam-se húmidos, não é de chorar é da alegria em estar ali.
Estou a vê-los, bem juntinho aos meus.
Cor do Mel, porque encontrei-a doce.
Azuis, porque via-a perto do céu.
Castanhos, porque o tempo amuava.
Pretos, já a noite avançava.
Verdes, no esplendor da Natureza!
Heis as sensações de uma tarde magnífica.
Nem a empregada quer findar o turno. Está obcecada perante nós, a ver no que dá... A ver se…. se, senta lá, ehehe…..
Não adiantava! Nem o decote me faria virar os olhos tão compenetrados nos teus, sentindo as magnificas sensações.
-Adorei o lago, a praia, os carinhos, o jantar. Escolhes sítios bonitos, escreves bonito, tens um cabelo bonito…..
-Tens um coração bonito! Murmurou-me bem juntinho ao ouvido, que me desfez num arrepio electrizante.
-Que mais tens, para me dar? Que beleza de sorriso com que ela disse isto!
 -O Everest! Saiu-me como um foguete!
-É grande demais! ahhhhhhhhhhhhhh…….

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