quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Arrepios que não são de Medo nem de Frio



As férias vão no meio da ponte!
Já saciei a sede da saudade e da ansiedade.
Levanto-me de costas direitas. Com uma imensidão de horas para fazer o que mais me dá prazer e o tempo é tão extenso que pela manhã estou na praia. Observando o regresso dos barcos da faina, depois de rezas pela madrugada para uma pescaria farta e como me apercebi, meia dúzia de cabazes de peixe médio, é o pecúlio de mais uma saída ao mar imenso.
Pela tarde passeio com o pequenote.
Satisfaço-lhe as necessidades e lá compramos os ténis, para substituir os já gastos, nos chutos em tudo que rola.
Em banalidades que nada me custam, mas para o puto é uma alegria do pai que está por dias.
Num jogo de bilhar a quatro e lá me vejo rodeado com miúdos de chupa-chupa, felizes da vida, batendo-se como leões para vencer e serem campeões.
Rio-me com eles, vibro cada bola que entra como eles o fazem. Elevando o taco no ar, como se de um troféu se tratasse.
 E levando as mãos ao rosto para esconder o desalento de falhar uma bola, tão fácil.
E pela noite, ó noite bendita!
Primeiro, marota. Obrigas a espera prolongada, num entra e sai de ligeira inquietação.
Paro por entre lojas carregadas de panfletos a incentivar à formação, com preços convidativos mesmo para aqueles em situação aflitiva.
Depois sim!
O rio é testemunha. Sempre no seu percurso, levando o caudal para se encontrar com as águas que me refrescaram, ainda o dia se iniciava.
Estava bem perto e testemunhava os meus gestos. No início ligeiros toques de dança, numa disposição feliz e pedindo companhia para acompanhar a música que tornava agradável aquele espaço ao ar livre.
Uma ligeira brisa surgiu!
Lá estava o vento a reclamar o seu espaço.
Não estava para danças, mas sim para atrair esperanças.
Chegou mudo, queria escapar calado.
Resguardou-se num canto, deixando ser a minha vez de utilizar o palco do encanto.
Um, dois, toques de magia. E o sorriso que tenho perseguido, voltou a alegrar aquele rosto lindo.
 Ofereceu-me o consolo de desejos arduamente perseguidos e finalmente conquistados, em arrepios que não são de medo nem de frio.
Que extraordinária sensação estar longe, do longe onde permanecia

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