Passas-te a semana numa gritaria
desenfreada
Como te devia custar os dias
As horas não avançavam
Mas os tormentos acentuavam-se
Segunda, terça e quarta-feira
Três dias e três noites tão compridos
Disparavas em todas as direções
Caía por terra o castelo das emoções
Quinta, sexta, mais o sábado
Remeteste-te ao silêncio dos inocentes
Ele vai ligar, ele vai falar
Mas a voz estava rouca, escondida atrás dos montes
Meu Deus por onde ele anda,
Não lhe ponho a vista em cima
Não durmo, não me alimento devidamente
Só este amor que me atormenta
Arriscava permanecer para sempre
no quintal semeado de cimento
Mas a certeza de te ver a qualquer momento
abria brechas e brotava a nossa semente
Se é verdade o que a tua mente pensa!
Apaga-me para sempre da tua memória
O tempo, esse, tudo apaga.
Tem dias que se cobre num deserto fantasma
Não conhecia esta tua faceta,
tao longe do meu olhar
Escrevias o que te ia na alma.
Encharcaste-a de certezas fantasmas
Sabia que teria de caminhar longas distâncias
Encrustar bolhas terríveis nestes pés, virados sapatas
Estava pronto para qualquer sacrifício,
já que virei simplesmente cristo
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