Cristiano
Ronaldo livrou-se de um linchamento nacional.
O jogo
até se iniciou propicio para Cristiano libertar todo o seu talento e encher o estádio
de gritos eufóricos e sensações estridentes. Mas ofuscou-se a ele próprio, o
que não é nada comum num jogador, que balança na fronteira do melhor do mundo.
O dois
a zero, chegou bem cedo e libertou um pouco o adversário das amarras com que
entrou para a partida.
E perante
essa libertação nada melhor para Ronaldo, que ter espaço para em galgadas
desenfreadas estilhaçar os dinamarqueses.
Confesso
que previ, perante o dois a zero, que tinha chegado o momento de Ronaldo
mostrar todo o seu valor e cimentar a força com que alimenta a fama de ser o
melhor do mundo.
Mas passados
poucos minutos apercebi-me que ele não estava nada virado para aproveitar esta
enorme oportunidade, para brilhar numa grande competição, sendo o que lhe falta
na sua já extraordinária carreira.
Porque
não é todos os dias que Portugal se vê a ganhar por dois a zero, ainda o jogo
ia a meio do meio tempo!
E mais
convencido fiquei que Ronaldo está a fazer uma travessia do deserto, quando
numa jogada toda ela CR7, o miúdo não fosse capaz de chamar a si o que mais
gosta de fazer, ou seja o gooooolo.
A
partir desse momento Ronaldo estava longe de ser o nosso abono de família e
pior do que isso os dinamarqueses chegaram às nossas redes, num golo de futebol
de cabeça para cabeça, como de vólei de praia se tratasse.
O jogo
entrava numa fase do mata, ou do sofrimento. E quem tem o melhor tem a enorme
vantagem de matar o jogo com uma golpada de mestre.
Mas como Cristiano está, não se sabe onde. Enviou
o ouro para o bandido que não se fez rogado e toma lá que já mereceste. Pôs-nos
de braços na tola a imaginar o regresso tao prematuramente.
Foram minutos
de sofrimento e já todos rogavam pragas para que se Portugal não marcasse, Cristiano
iria ser o coveiro de uma vitória tao á mão de semear. Que os deuses regressaram
á terra. E Varela numa carambola que normalmente leva a bola para longe da
bitola. Deixou-a ali ao pé, para o negrinho Varela, fazer o gosto ao pé.
Soltou-se
o sofrimento e os braços elevaram-se ao céu, para festejar o que merecidamente
fizemos fé, ainda o adversário nem imaginava que os deuses andavam por perto.
Imagino
o sentimento de Ronaldo na altura que Varela lhe devolveu a fé, em melhores
jogos, que estão aí tao perto.
Os melhores,
tem destes caprichos da sorte!
No mau
de um dia que podia deitar tudo por terra, á sempre uma luz bendita que emerge
e ilumina o seu caminho.
E nós
como portugueses damos vivas a essa luz e dizemos a Ronaldo que ainda terá
muita relva para fazer comer os adversários, porque o Europeu ainda nem chegou
a aquecer.
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