Este dia de
calor que me faz ferver os desejos e como não os arrefeço, recuo no tempo e
revivo momentos quentes.
Era um
domingo, a esplanada ardia de gritaria juvenil e como o meu corpo ardia de
adrenalina, procurei-te para afastar a solidão de um dia tão belo.
-Olá como
estás!
Disseste tu
disfarçando o que nos une. Como sabias que o teu amor por mim não chegava para
me ligar totalmente a ti. Fazias tudo para te mostrares forte e indiferente.
-Olá, parei
aqui e grande surpresa encontrar-te aqui.
Era mentira
eu sabia que a encontrava ali.
Sentei-me em
frente a ti, evitando o meu olhar preso a ti para nada sair de nós, cavaqueando com as tuas colegas e juntos
riamo-nos das piadas que nos surgiam dos temas que abordávamos.
Mas eu não
estava ali para elas, estava ali para te ter!
Cheguei-me
bem junto da mesa e propositadamente, encostei-me a uma delas, só assim podia
chegar a ti!
Estiquei a
perna e senti a tua.
Como o calor
era tão belo e o sol despontava bem forte, foi fácil chegar ao teu corpo.
Porque estavas de vestido e claro, senti o calor das tuas coxas.
Tirei o pé
do chinelo e ele iniciou um percurso maravilhoso.
Tocou no teu
tornozelo e senti em ti uma contracção.
Sabias o que
eu queria e como também o querias, tratas-te de disfarçar e usando o teu ar
racional, entretinhas as outras duas e eu tentava mostrar que estava a dar uma
cantada á do meu lado, já a suspirar para que lhe tocasse com uma das mãos.
Assim o fiz
e encontrando a bela perna dela, percorri a tua, com o meu pé e suavemente….
suavemente estava a custar a lá chegar.
O esforço
que fazias para te conter era de louvar e rindo-te das piadas que da nossa mesa
(ainda bem que estava num canto), saiam. Claro o objectivo era esse para
disfarçar os meus desejos.
A tua amiga
era atrevida e puxou a minha mão para ela, levando-a para o seu regaço.
Mas tu, sim
tu! Sentiste o toque. E então, usando a maior cara de pau, não por cima da
mesa. Mas por baixo dela, deixaste eu ir bem longe e encontrei a tua cuequinha,
sentindo o teu tesouro já quente e massajei-o meigamente.
Que loucura!
Todo o meu corpo treme e para disfarçar deixo que a tua amiga sinta que quero
também lhe tocar.
-Aí que
calor dizes tu!
-Pede uma
água para mim, Catarina (chamava-se a do teu lado) e outra para mim (Amélia a
do meu lado).
- Cerveja, quero eu, para arrefecer este
calor.
Fico tolo e
sinto-te nas nuvens!
As bebidas
chegam e tenho que me compor um pouco. Para não dar mais bandeira, da que já
estou a dar.
Risos e mais
risos, anedotas e mais bitaites lançados. Estamos alegres e a tua amiga parece
que sente o meu calor interno e leva a minha mão para onde bem entender.
-Ai dizes
tu!
- Que foi,
diz a Catarina?
Nada beleza,
é só um sentimento de adrenalina.
E
continuamos a cavaqueirar, numa tarde cheia de sol e toques a raiar a loucura.
Assim
ficamos mais uns longos minutos, ligados um ao outro, com o meu pé a vasculhar,
transmitindo a fome que nessa altura era difícil de atenuar.
Por fim a
tua amiga do lado precisou de ir á casinha e quando uma vai, outra segue-lhe o
caminho. Ficamos os dois sozinhos.
E levando a
minha mão à tua boca, deixei que me mordesses para não soltares um grito destemido,
devido à minha ousadia.
Foste à tua
vida com as duas e eu fiquei, saboreando o teu andar feliz, olhando sobre o
ombro, lançando-me um apaixonado sorriso. Agarrado às calças, esperando que
tudo voltasse ao normal, para não sair dali com inchaço de dar bandeira a cem
metros de distância.
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