terça-feira, 26 de junho de 2012

Água para Refrescar

Que calor!
 Que me mói os miolos e fuzila-me as ideias. 
Chegou de um momento para o outro sem avisar. E logo pela manhã, entrou pelo nosso corpo como se de um incêndio florestal se tratasse.
É brasa, esta canícula, a redundar os quarenta graus.
Nem a sombra nos dá uma frescura para atenuar esta frigideira ao rubro.
Abana-nos o capacete das emoções e ficamos órfãos de decisões.
Corre-se para a praia e a brisa marítima arrefece o corpo, libertando as poucas roupas que se colam ao físico amortalhado pelo bafo sufocante.
Água, sempre água! Para nos salvar da malvadez deste calor grotesco.
Água já tao rara, nos rios que povoam o interior deixando as margens cobertas de plantas a transbordar de odor.
Água imensa no oceano que povoa o litoral, já a recuperar o que lhe é devido. Derrubando dunas a salpicar de vivendas dos gajos ricos e barraquitas dos pescadores pobres.
Água de praia imensa, agrupando nas melhores ondas, banhistas de calções e biquínis coloridos, mais parecendo um folclore de arraiais populares.
Água de rios curtos mais parecendo regatos alongados. Onde os banhistas se acotovelam, nos mergulhos sempre com cautela.
Calor, que vais abrandar, porque o tempo está virado do avesso e sossegarás durante uns longos dias, deixando que as pessoas te enfrentem com alegria.

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