Que calor!
Que me mói os miolos e fuzila-me as ideias.
Chegou de um momento para o outro sem
avisar. E logo pela manhã, entrou pelo nosso corpo como se de um incêndio
florestal se tratasse.
É brasa, esta canícula, a redundar os
quarenta graus.
Nem a sombra nos dá uma frescura para
atenuar esta frigideira ao rubro.
Abana-nos o capacete das emoções e
ficamos órfãos de decisões.
Corre-se para a praia e a brisa marítima
arrefece o corpo, libertando as poucas roupas que se colam ao físico amortalhado
pelo bafo sufocante.
Água, sempre água! Para nos salvar da
malvadez deste calor grotesco.
Água já tao rara, nos rios que povoam
o interior deixando as margens cobertas de plantas a transbordar de odor.
Água imensa no oceano que povoa o
litoral, já a recuperar o que lhe é devido. Derrubando dunas a salpicar de
vivendas dos gajos ricos e barraquitas dos pescadores pobres.
Água de praia imensa, agrupando nas
melhores ondas, banhistas de calções e biquínis coloridos, mais parecendo um
folclore de arraiais populares.
Água de rios curtos mais parecendo
regatos alongados. Onde os banhistas se acotovelam, nos mergulhos sempre com
cautela.
Calor, que vais abrandar, porque o
tempo está virado do avesso e sossegarás durante uns longos dias, deixando que
as pessoas te enfrentem com alegria.
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