Hoje um dia que para muitos que cá moram
neste país das árvores das patacas, é dia de descanso. Mas para mim que ando
atrás do prejuízo, é dia de continuar a trabalhar e logo pela manhã a Natureza
juntou as sua forças e resolveu varrer um pouco com os alicerces deste corpo já
a pedir umas feriazitas que não tardarão.
E dos oito graus e meio negativos, juntou-se
o sol a abrir, mal o dia nasceu e pela janela um sorriso apareceu, pensando eu
que o sol mal estendesse os seus tentáculos, o frio dissolvia-se.
Ao sair o ar tão puro e tão intenso,
entrou-me pelas narinas e arrefeceu-me o corpo todo, numa rapidez que me deixou
inerte por uns segundos.
O vento resolveu aparecer sem ser convidado e
agarrou na temperatura de meter dó e não deixou que o sol tivesse força para
aquecer a manhã e dar um pouco de beleza e alegria ao final de uma semana dura,
tanto física como psicológica.
Eram onze horas e os oito graus mantinham-se.
Porque o vento agarrava-se ao frio e transformava-o como lâminas cortantes,
varrendo a neve bem para dentro das estradas e aberturas que encontrasse.
O sol coitado bem surgia, mas estava tão alto
e bem longe, que não conseguia trespassar o vento, para aquecer o tempo.
E as horas foram passando para que quem ganha
à hora possa tirar uns euros a mais, num saco que não é azul (longe disso),
tilinte para continuar a dar sorrisos à minha gente.
Miserável vento que abraças-te o tempo num
abraço siamês. Só para que o sol não surgisse bem de perto, para curar as
mazelas de uns dias longos de espera.
Uma espera já custosa, suavizada pela Primavera
que parecia ter chegado, mas foi sol (que trocadilho) de pouca dura.
Agora no conforto do quentinho descanso. Gozo
pela janela o vento, até então dono e senhor do tempo!
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