O Gaspar falou!
Ou melhor tentou falar, numa voz de pão rico
entalado no céu-da-boca.
Confessou o que todos os portugueses já
sabiam de antemão e com aquele ar de quem acha, tudo fez para inverter o que infelizmente
era impossível. Lançou as canas bem altas para que o fogo quando estilhaçar as
faça descer e entrem uma vez mais nos bolsos dos portugueses.
O Gaspar é um tipo assim!
Só vê números e no meio deles estão os euros
que faltam para atingir o défice, proposto pelos réis magos que nos visitam a
cada trimestre.
E como a meta não foi ainda transporta. Esta maratona
que os portugueses estão obrigados a correr, não tem quilometragem definida. É correr,
correr até cair para o lado e quem ainda sobreviver pelo alcatrão da austeridade,
nem sabe o que lhe espera, mesmo com a meta já ao alcance da vista desfocada.
O Gaspar deu aos ombros!
Numa de que tudo fez para conseguir ir de
encontro aos réis magos, evitando mais uma viagem e com isso, menos uma grande
despesa. As viagens destes réis são pagas a peso de ouro, por isso eles
limitam-se a carregar as pastas de pele de crocodilo, onde estão os memorandos
da nossa desgraça.
E o Gaspar não se demite!
Que lata tem este senhor!
Vir perante as televisões, reconhecer o que
fartamos á vários meses de alertar e mandar recados de várias formas e feitios.
E com o desplante de avisar, para novas medidas, que não tardarão.
Mas que novas medidas!
Quando
já sugou o sangue na educação. Pondo professores, alunos e funcionários num
grito em uníssono para o desastre do nosso ensino.
Na saúde, meu Deus livre-nos de adoecer,
porque se caímos à porta de um hospital, o tempo que demoramos a entrar é com o
prognóstico de uma morte anunciada.
Desemprego galopante. Drama depressivo
suicidando a harmonia de milhares de famílias.
Salário
mínimo ameaçado de corte. Se for avante é a desgraça para os que ainda fazem
das tripas coração.
Apoios sociais, quais apoios? Se eles desaparecem
a cada reunião ministerial e como se não bastasse, aproveitam para sugar as
reformas dos idosos tão carecidos. Empurrando-os para o canto sem retorno num
futuro com melhores dias.
Vai-te embora Gaspar!
Sai ainda com uma réstia de dignidade,
reconhecendo que o desafio não tem alcance para ti.
Vai-te embora Gaspar!
Leva os teus companheiros de governo, já que
és tu que tens os cordelinhos da nação e deixa a porta aberta para os que irão
surgir. Que irão carregar os teus livros com tanto para apagar.
Vai-te embora Gaspar, até o novo Papa te irá
isso pedir!!!!
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