terça-feira, 19 de março de 2013

Barcelos está de Tanga



Barcelos está de tanga, quando se vestia a rigor.
O Comércio está estagnado!
Não existe poder de compra para remexer com a barafunda das lojas cheias de gente, num vai e vem de pessoas. Que entravam com as mãos a abanar e saíam, com elas ocupadas com sacos coloridos e a alegria estampada no rosto. Porque satisfaziam uma necessidade de se vestirem, aliado ao prazer de se sentirem bem com elas próprias.
Hoje entram também com as mãos a abanar e só se servem delas, para remexerem com os modelos mirando-os, de alto a baixo e até os encostando ao corpo. As mais afoitas ainda se infiltram nos aposentos de provas para pelo menos durante alguns minutos se convencerem se valerá a pena o investimento que a peça está valorizada. E todas elas resignadas com um olhar saudosista de tempos não muito distantes, abandonam as lojas do mesmo modo que entraram: de mãos a abanar!
E como a procura está pelas rua da amargura, o Comércio tenta por todos os meios chamar o povo, introduzindo preços convidativos, mas como na maioria dos casos se comprova, a qualidade deixa muito a desejar e o feitiço vira-se contra o feiticeiro, porque o povo já não vai em cantigas.
Onde não existe dinheiro, é o que se constata pela fase indesejável que atravessamos. Não existe consumo, ou então, é mínimo e que não cria riqueza que por sua vez não alimentará outros sectores da Sociedade.
Os Barcelenses, estavam habituados a um certo conforto consumista e hoje relevam-se para o resguardo dos lares, solução para combater esse conforto, porque os orçamentos deixaram de contemplar tamanho prazer.
A Indústria emperra no retorno da actividade de um tempo não muito distante!
E arrasta empresas para o encerramento e trabalhadores para o desalento.
Como o consumo recuou drasticamente, com ele arrastou a Indústria para o isolamento de uma produção ao relanti, que agoniza Empresários, Trabalhadores, Fornecedores. Enfim, agoniza toda a Sociedade.
Os engarrafamentos em hora de ponta martirizavam a nossa paciência, mas tinham o condão de ser o sinal de a Sociedade se agitar.
Da Sociedade proporcionar oferta e procura nos vários sectores, porque existia trabalho. E trabalho era o fundo de maneio, que alimentava quase freneticamente toda a necessidade que a população sentia em adquirir o que achava que lhe fazia falta. Para uma qualidade de vida que levantava o ego e que justificava o estarmos vivos e milhares de nós felizes.
Hoje os engarrafamentos são de uma maneira geral, fáceis de superar!
Não entopem Avenidas. Não estagnam rotundas em anéis comprimidos que sufocavam quem infelizmente lá era obrigado a permanecer.
Tudo porque Barcelos  está parado, ou a caminhar como os idosos, pedindo a uma perna para a outra andar, arrastando-as pelas ruas, outrora cheias de vida, cheias de movimento, cheias de Barcelenses com auto-estima, procurando a melhor qualidade de vida, que era aberta como um arco-íris, da cor do sol, que quando nasce é para todos!

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