Barcelos está de tanga, quando se vestia a
rigor.
O Comércio está estagnado!
Não existe poder de compra para remexer com a
barafunda das lojas cheias de gente, num vai e vem de pessoas. Que entravam com
as mãos a abanar e saíam, com elas ocupadas com sacos coloridos e a alegria
estampada no rosto. Porque satisfaziam uma necessidade de se vestirem, aliado
ao prazer de se sentirem bem com elas próprias.
Hoje entram também com as mãos a abanar e só
se servem delas, para remexerem com os modelos mirando-os, de alto a baixo e
até os encostando ao corpo. As mais afoitas ainda se infiltram nos aposentos de
provas para pelo menos durante alguns minutos se convencerem se valerá a pena o
investimento que a peça está valorizada. E todas elas resignadas com um olhar saudosista
de tempos não muito distantes, abandonam as lojas do mesmo modo que entraram:
de mãos a abanar!
E como a procura está pelas rua da amargura,
o Comércio tenta por todos os meios chamar o povo, introduzindo preços
convidativos, mas como na maioria dos casos se comprova, a qualidade deixa
muito a desejar e o feitiço vira-se contra o feiticeiro, porque o povo já não
vai em cantigas.
Onde não existe dinheiro, é o que se constata
pela fase indesejável que atravessamos. Não existe consumo, ou então, é mínimo
e que não cria riqueza que por sua vez não alimentará outros sectores da
Sociedade.
Os Barcelenses, estavam habituados a um certo
conforto consumista e hoje relevam-se para o resguardo dos lares, solução para
combater esse conforto, porque os orçamentos deixaram de contemplar tamanho
prazer.
A Indústria emperra no retorno da actividade
de um tempo não muito distante!
E arrasta empresas para o encerramento e
trabalhadores para o desalento.
Como o consumo recuou drasticamente, com ele
arrastou a Indústria para o isolamento de uma produção ao relanti, que agoniza
Empresários, Trabalhadores, Fornecedores. Enfim, agoniza toda a Sociedade.
Os engarrafamentos em hora de ponta
martirizavam a nossa paciência, mas tinham o condão de ser o sinal de a
Sociedade se agitar.
Da Sociedade proporcionar oferta e procura
nos vários sectores, porque existia trabalho. E trabalho era o fundo de maneio,
que alimentava quase freneticamente toda a necessidade que a população sentia
em adquirir o que achava que lhe fazia falta. Para uma qualidade de vida que
levantava o ego e que justificava o estarmos vivos e milhares de nós felizes.
Hoje os engarrafamentos são de uma maneira
geral, fáceis de superar!
Não entopem Avenidas. Não estagnam rotundas
em anéis comprimidos que sufocavam quem infelizmente lá era obrigado a
permanecer.
Tudo porque Barcelos está parado, ou a caminhar como os idosos,
pedindo a uma perna para a outra andar, arrastando-as pelas ruas, outrora
cheias de vida, cheias de movimento, cheias de Barcelenses com auto-estima,
procurando a melhor qualidade de vida, que era aberta como um arco-íris, da cor
do sol, que quando nasce é para todos!
Sem comentários:
Enviar um comentário